Primeira: Desalienação O teatro tem de encontrar seu lugar na sociedade pós-industrial, não pelo mimetismo – teatro como cópia do social –, mas justamente por meio da sua não-presença – aquilo que foi negado ao homem da sociedade contemporânea, mas vive dentro dele. O que vem sendo negado pela sociedade é a dimensão da dor, […]
MANIFESTAÇÕES TEATRAIS: PEQUENO APONTAMENTO PARA UMA POSSÍVEL REFLEXÃO
Fenômenos típicos das sociedades pós-industriais mais abastadas, o teatro feminista, o teatro homossexual (em menor escala) e o teatro de minorias raciais e sociais não se estabeleceram definitivamente no cenário teatral brasileiro. Esse fato se deve muito mais a um grande atraso da sociedade brasileira na mobilização referente à questão dos direitos humanos do que […]
O TEATRO, UMA EXPERIÊNCIA VIVA
Soluções prontas, formas estéticas prontas não devem fazer bem ao teatro. Não fabricamos espetáculos em fôrmas pré-moldadas. Devemos viver cada processo e, enquanto ele dura, abrir nossas defesas e nos entregar a novas viagens estéticas, que desvendem recantos escondidos da nossa consciência e do nosso ser. Arriscar em formas e conteúdos novos é obrigatório para […]
POR UM TEATRO POSSÍVEL OU MANIFESTO DE SEXTA
Arte popular e arte erudita não mais existem, na forma como existiam nos tempos de Adorno. Todas se transformaram em segmentos da indústria cultural, podendo ser compradas a preços conformes. Num país com injustiças sociais tão descabidas, limitar-se ao erudito ou ao popular significa excluir a possibilidade de inserção do outro nos limites da experiência […]
INDÚSTRIA CULTURAL E AS UTOPIAS
Sim, indústria cultural existe. E está aí, no jogo do mercado cultural. Mas o teatro não pode se ater aos seus princípios. Os únicos princípios devem ser os da expressão das verdades estéticas submersas. E se para expressá-las há inviabilidade de “capitalização”, esses princípios devem valer mais do que as regras do lucro. Chega de […]
REFLEXÃO E PERCEPÇÃO ESTÉTICA: UM APONTAMENTO
As características específicas da sociedade brasileira, em suas desigualdades, incongruências e exclusões sociais, determinam abordagens estéticas e temas próprios, distantes de algumas das principais questões, levantadas pela pós-modernidade, de europeus ocidentais e americanos. Nesse sentido, as categorias de reflexão e percepção estética, utilizadas pela crítica teatral dos países mais avançados, são incapazes de nos ajudar […]
A ARTE DO SÉCULO XXI, UMA PEQUENA REFLEXÃO
Hoje não somos marxistas ou anarquistas. O máximo que podemos ser é politicamente corretos, fiéis à nossa “autenticidade”. Não existe mais um ideal revolucionário único que mova multidões e tudo o que podemos conhecer se restringe a imagens vazias de qualquer sentido, além daquele que comanda as nossas existências hoje: o de gerar lucro. O […]
MEYERHOLD: ALGUNS APONTAMENTOS
Meyerhold iniciou sua carreira na companhia fundada por Stanislavski e Dantchenko, o Teatro de Arte de Moscou, onde trabalhou por quatro anos, desde sua fundação em 1898. Templo do naturalismo e do realismo psicológico, o Teatro de Arte foi a grande escola de Meyerhold, que em 1902 decide percorrer caminhos próprios, fundando com Kochévérov, outro […]
SATYRICON: ALGUMAS REFLEXÕES
De Marcelo Jacob, ator da trilogia “Satyros’ Satyricon”: Ontem, um casal entrou no “Trincha” e saiu em dois minutos. Ela dizia: “Isso não é teatro! Eles podem falar o que quiserem, eu estudei teatro e isso não é teatro”. Ah, vá! Ela acha que descobriu o Brasil. Como uma pessoa, provavelmente uns 20 e poucos […]
SADE E NIETZSCHE
Acaba de sair pela Eduel, editora da Universidade Estadual de Londrina, o livro “O corpo em Sade e Nietzsche”, de Gabriel Giannattasio. Qual não foi a minha surpresa ao encontrar, logo nas primeiras páginas, uma dedicatória do autor ao trabalho dos Satyros: Agradeço ao Hélio Rebello Cardoso Jr., à Eliane Robert Moraes e ao grupo […]