1 – Forma e conteúdo Soluções prontas, formas estéticas prontas não devem existir para o teatro. Não podemos fabricar espetáculos em fôrmas pré-montadas. Devemos viver cada processo e, enquanto ele dura, desabrir nossas defesas e nos entregar a novas viagens estéticas, que desvendem recantos escondidos da nossa consciência e do nosso ser. Arriscar em formas […]
O TEATRO PRECISA FALAR DE COISAS ESSENCIAIS
A discussão é fundamental em um momento em que a estética já não determina mais a função da arte. A função do novo na arte se deteriorou. O novo já não existe mais, os modernos o esgotaram enquanto referencial estético. A estética pode ser embalada e revendida. Picassos e Van Goghs estão hoje espalhados por […]
CINCO APONTAMENTOS PARA UM TEATRO (AINDA) POSSÍVEL
1 – Arte primitiva Arte primitiva, que depende de corpos e respirações, suores e cheiros humanos e exalações, o teatro tem que encontrar seu lugar na sociedade pós-industrial, não através do mimetismo (teatro como cópia do social), mas justamente através da sua não-presença (aquilo que foi negado ao homem da sociedade contemporânea, mas vive dentro […]
UM TEATRO VELOZ
O Teatro Veloz é o método de preparação de atores desenvolvido pelos Satyros. Ele só pode ser compreendido se contextualizado dentro do movimento de teatro de grupo brasileiro, surgido a partir dos anos 1990. O Teatro Veloz busca a desalienação do ator, o ator como fundador de sua própria existência, e, portanto, de sua própria […]
UMA EXPERIÊNCIA TEATRAL PLENA
Hoje, os imensos avanços da ciência, em campos como a física, a genética e a química, vêm despertando questionamentos fundamentais nas áreas da filosofia, da ética, do direito e das ciências sociais. No entanto, observa-se uma indiferença inexplicável dos artistas das áreas cênicas em relação a eles. Como esses avanços podem contribuir para o aprimoramento […]
SOBRE OS MECANISMOS DO ATOR: MEMÓRIA
A memória trabalha com a ilusão da realidade e, embora não seja realidade, conecta-se sempre com o presente, nunca com o passado. Assim, a memória está no plano do possível, que é o trânsito do teatro. A concentração leva o ator ao seu objeto mais precioso, a emoção, que é desencadeada pela memória. Um jogo […]
SOBRE OS MECANISMOS DO ATOR: CONCENTRAÇÃO
Uma concentração de energia se expande quando um ator entra em contato consigo próprio. Há nesse pequeno gesto uma manifestação que desencadeia uma maior percepção de si, mais sublime, redimensionada, muito diferente de seus momentos fora do palco. Esse ator se sente pleno quando se transforma no outro, mantendo-se ainda assim vivo, dando sentido […]
GERALD THOMAS E O TEATRO DE GRUPO DOS ANOS 1990
Alguns anos após a abertura política, surge na cena nacional um brasileiro que passara muitos anos fora do país. A explosão de Gerald Thomas no cenário do teatro nacional veio ocupar um vazio na cena nacional referente à renovação estética. A fragmentação do discurso, o abandono do texto clássico, a relação de acausalidade entre as […]
O TEATRO DAS MARAVILHAS
Então eu reli, na última semana, o texto dramático “Retábulo das Maravilhas”, de Miguel de Cervantes. A obra, escrita no final do século XVI, conta a história de um grupo de teatro mambembe que, numa pequenina cidade do interior da Espanha medieval, tenta enganar o governador, o alcaide e alguns moradores de uma vila com […]
O TEATRO OFICINA E OS NOVOS PARADIGMAS
A montagem de O rei da vela, em 1967, do Teatro Oficina, coloca no teatro brasileiro, pela primeira vez, a expressão multifacetada da cultura nacional. O antropofagismo da modernidade de Oswald, Mário e Tarsila era a expressão dessa necessidade de encontrar uma identidade nacional própria a partir de influências colonialistas europeias e elementos da cultura […]