“O ano do pensamento mágico”, de Joan Didion

Joan Didion (1934) é uma celebridade no mundo jornalístico e literário. Romancista de sucesso, é ensaísta e colaboradora das revistas The New Yorker e The New York Review of Books. Atualmente vive em Nova York, mas passou grande parte de sua vida na Califórnia, onde escreveu muito sobre o modo de vida dos moradores daquele estado americano, especialmente sobre o período dos anos 1960. Inclusive seu ensaio “The White Album” (1979) é considerado um instrumento importante para explicar a Califórnia como “a capital paranoica do mundo”.

Didion escreveu muitos romances, além de ensaios, reflexões e análises políticas. Foi casada com o também escritor e roteirista John Gregory Dunne, morto em 2003. Em 2005 lançou o seu livro mais famoso, “The Year of Magical Thinking” – lançado no Brasil no ano seguinte, em 2006, como  “O Ano do Pensamento Mágico”, pela Editora Nova Fronteira – para falar justamente sobre o luto pela morte de seu marido, Dunne.

Embora com temática carregada, “O Ano do Pensamento Mágico” não chega a ser um livro pesado. Antes, traz esperança. Didion vai buscar na ciência explicações para o luto e vai reforçar sobre a urgência da vida que passa rápido demais. Porque você pode receber uma bela notícia e ir dormir esperançoso e, ao acordar no dia seguinte com uma tragédia, sua vida mudará pra sempre:

Você senta para jantar e a vida que você conhecia acaba de repente. 

Por ser autobiográfica, a obra toma caminhos de intimidade e de absoluta autenticidade e sinceridade. No momento em que escrevia este “O Ano do Pensamento Mágico”, sua filha Quintana Roo Dunne, aos 39 anos, também está passando por um gravíssimo problema de saúde. Irá morrer em 2006, inspirando outro livro, “Noites Azuis”, também lançado no Brasil.

“O ano do pensamento mágico” é um livro que nos faz pensar na morte. E, consequentemente, na vida. Um raio X sobre a dor.

 

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Na Netflix, o documentário “Joan Didion: o Centro Cederá” (Joan Didion: The Center Will Not Hold), dirigido por Griffin Dunne, sobrinho da escritora, vai falar sobre a trajetória de Didion no jornalismo até a o lançamento do livro “O ano do pensamento mágico”. 

 

“O ano do pensamento mágico”
de Joan Didion
tradução: Marina Vargas
Editora Harper Collins

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
Post criado 1780

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