Antes que vocês briguem comigo, desta vez eu vou explicar um pouco essa minha relação maluca com prêmios.
É que eu levo muito a sério essa história de prêmios. Tenho um respeito enorme por eles. Pra mim, cada prêmio que me foi oferecido é sagrado demais. Além de ocupar um lugar especial na minha casa, cada um deles me salva de muitas coisas.
O primeiro prêmio que eu ganhei foi um troféu da APCA – a Associação Paulista dos Críticos de Arte –, em 1989, em meu primeiro trabalho profissional. Mais ou menos assim: naquele ano eu havia me formado no curso superior de artes cênicas da PUC/PR, em Curitiba, e vim tentar a vida em São Paulo. Conheci o Rodolfo, fundamos Os Satyros e produzimos “Arlequim”, um trabalho a partir de uma pesquisa com a commedia dell’arte. Mas foi difícil, difícil demais. Financeiramente nada tinha rolado, eu não tinha conseguido me manter em São Paulo e voltaria pra Curitiba. Aquele prêmio APCA veio como uma lufada de ares, um salvo-conduto, meio que pra dizer pra mim que eu estava no caminho certo, que eu deveria continuar.
Não fosse esse incentivo, eu acho que não teria continuado em São Paulo. Tinha sido bem complicado. Com esperanças renovadas, 1990 seria talvez o ano mais importante da nossa trajetória e determinante pra tudo o que acabou acontecendo com a gente.
Então ontem, por conta da entrega do Oscar, a crítica e jornalista Mariângela Guimarães, de Curitiba, resolveu fazer uma lista dos melhores de 2019, segundo sua opinião. Os eleitos por ela, que considerou os trabalhos apresentados somente em Curitiba, foram:
Melhor ator: Mauro Zanatta (por O Casamento da Filha do Palhaço)
Melhor atriz: Carolina Meinerz (por Fronteira)
Melhor ator coadjuvante: Maurício Vogue (por O Casamento da Filha do Palhaço)
Melhor atriz coadjuvante: Christiane de Macedo (por Os Cinquentões)
Melhor direção: Laura Haddad (por O Casamento da Filha do Palhaço e Fronteira) e Ana Rosa Tezza (por Manaós – A pequena abelha e a árvore alta)
Melhor “documentário”: Ivam Cabral (por Todos os Sonhos do Mundo) … e Petra Costa (por Democracia em Vertigem hehehe)
Melhor “animação”: Cia Brasileira de Teatro (por Bem-vindos à Espécie Humana)
Melhor “roteiro adaptado”: Edson Bueno (por O Homem que Amava a Literatura)
Melhor “roteiro original”: Luiz Andrioli (por O Casamento da Filha do Palhaço)
Melhor trilha sonora: OABS (por Contos)
Melhor figurino: Eduardo Giacomini (por Manaós – A pequena abelha e a árvore alta)
Efeitos visuais: Allan Raffo (por Sete)
Mariângela fez uma ressalva: “é claro que não assisti a todos os espetáculos que estiveram em cartaz em Curitiba em 2019, mas como tenho visto muitas “apostas” de melhor ator, atriz, isso e aquilo, parei pra pensar em algumas das coisas mais legais que assisti no ano passado e me dei conta de que não foram no cinema, mas no teatro!”