Brás, coração da cultura paulistana

Situado na região central da cidade, o bairro do Brás é um local bastante curioso. Pra começar, abriga as sedes dos maiores templos protestantes do mundo, como o Templo de Salomão, da Igreja Universal do Reino de Deus; Congregação Cristã no Brasil; Cidade Mundial, da Igreja Mundial do Poder de Deus; e a Assembleia de Deus Ministério Madureira.

O bairro, que é essencialmente voltado à indústria e ao comércio de confecções, possui forte presença das comunidades coreana e boliviana. A presença de um comércio de características populares também é grande, especialmente nas avenidas Rangel Pestana e Celso Garcia, por serem tradicionais vias de passagem de moradores da Zona Leste que trabalham no Centro.

Mas nem sempre foi assim. O coração cultural da cidade de São Paulo, durante quase todo o século 20, foi no Brás. Por ali, circulavam a alta cultura paulistana e seus teatros e cinemas espetaculares. Tornou-se referência da comunidade italiana, a partir do início dos anos 1920, por conta da forte presença de indústria, especialmente ao longo das ferrovias que cortavam o bairro.

A equipe de comunicação da SP Escola de Teatro listou os teatros e cinemas que existiram no Brás, que fizeram parte da história da cidade de São Paulo, e que tiveram importância na vida cultural da cidade. Conheça alguns deles:

 

Eden-Theatre
Rua do Gasômetro, 114 (antigo) esquina da Rua Vasco da Gama. Cinema pioneiro do Brás, nascido em 1908. Ocupou um lugar já tradicional de entretenimento no bairro. Ali funcionara em 1897 o Boule Club. Mais tarde, a pequena construção transformou-se no Teatro Popular. Em 1904, outra mudança de atividade: o Teatro Popular vira o Cosmópolis, rinque de patinação. Quatro anos depois, chega a São Paulo o jovem carioca Alberto Botelho, disposto a tornar-se exibidor cinematográfico. Ele arrenda o antigo Teatro Popular para fundar o Eden. Alberto Botelho, porém, logo opta por começar a fazer filmes, em vez de exibi-los, começando uma longa e histórica carreira de cineasta. O Eden-Theatre desaparece, e a sua já antiga construção muda completamente de atividade, passando a acolher uma fábrica de sapatos para crianças. Foi demolida em 1925, para dar lugar ao Palacete Ferrante, residência de um conhecido dentista do bairro na época.

 

Teatro Colombo. Foto: Acervo Caio Quintino

Teatro Colombo
Naquele mesmo ano de 1908, abriu suas portas para o público o magnífico Teatro Colombo do Largo da Concórdia. Era um mercado já antigo na ocasião, cujas instalações o cel. França Pinto aproveitou em 1907 para montar o teatro. No ano seguinte, arrendado pela Companhia Cinematográfica Brasileira de Francisco Serrador, o Colombo passou a exibir filmes. Enquanto na tela se desenrolava o filme, um tenor trajado a caráter cantava trechos de óperas. Só que o som vinha de um gramofone atrás. O Colombo viveu dias gloriosos, com carruagens despejando o público vestido a caráter e vindo de toda a cidade, não apenas do Brás. Seu gerente nessa época, João Rodrigues de Castro, conheceu igualmente seus dias de fama. Depois, o Colombo entrou em decadência e, em 1966, quando já estava desativado, um incêndio apressou seu fim.

 

Cinema Popular
Avenida Rangel Pestana, esquina com a rua Martin Burchard. Fundado em 1909, propriedade de Achiles Guilherme. Funcionou alguns poucos anos e sediou mais tarde a primeira escola de cinema de São Paulo, Azurri, posteriormente transferida para a rua Quintino Bocaiúva.

 

Piratininga. Foto: Acervo Caio Quintino

Piratininga (o primeiro com esse nome no Brás)
Fundado em 1910 pelo sr. Fernando Taddeo, de uma família que se tornaria tradicional na exibição cinematográfica no Brasil. Ficava na rua homônima onde antes havia sido um antigo galpão de móveis, coberto de folha de Flandres – material laminado estanhado composto por ferro e aço de baixo teor de carbono revestido com estanho-, com piso de paralelepípedos. Muito popular em sua época pelo seu estilo simples e despojado, o espaço não possuia nenhum luxo e não funcionava em dias de chuva por causa das fortes goteiras proporcionadas pelas rachaduras no teto. E se a chuva viesse durante o espetáculo, o jeito era abrir o guarda-chuva. Muito frequentado, especialmente por pessoas menos abastadas, suas cadeiras de ferro dobráveis foram cedidas pela Cia. Antarctica Paulista que, desde 1885, produzia a cerveja Antarctica.

 

Brás-Bijou
Avenida Rangel Pestana, quase em frente à atual rua Oiapoque (antiga rua América). Nascido também em 1911, fundado pelos sócios Lúcio de Fiori, Luiz Sprovieri e Erasmino Gogliano. Este último foi campeão brasileiro de tiro ao alvo, pai de Oswaldo Gogliano, o Vadico (1914-1962), companheiro de Noel Rosa em sambas famosos como “Feitiço de Oração”, “Conversa de Botequim” e “Pra que Mentir”. Vadico integrou o Bando da Lua e acompanhou Carmen Miranda nos Estados Unidos. O Brás Bijou durou cerca de seis anos, uma vida até longa se comparada à efemeridade da maioria dos cinemas fundados na sua época. Legou ainda o seu espaço, à altura do número 1580 atual da avenida Rangel Pestana, para dois outros famosos cinemas do Brás: primeiro o Mafalda, e, depois o Piratininga (segundo).

 

American Cinema
Avenida Celso Garcia, próximo à atual rua Costa Valente. Foi um cinema de curta duração, fundado a 10 de novembro de 1911 pelo sr. Paschoal Platino.

 

Brás-Cinema
Nas proximidades do Brás-Bijou, dos mesmos sócios e na mesma época. Localização exata não identificada.

 

Ideal (primeiro)
Rua do Gasômetro, 35-37 (antigos), logo após a rua Monsenhor Anacleto. O sr.Vicente Linguanoto tinha uma fábrica de beneficiar arroz no local. Com a chegada da exibição cinematográfica, ele logo resolveu mudar de ramo fundando o Ideal Cinema, em 1911. Linguanoto, entretanto, parece que não se deu muito bem no novo negócio. Tentou aumentar o faturamento do cinema e começou a dar sessões depois das onze da noite, com a exibição de filmes pornográficos. Num dia de junho de 1912, o 3º delegado auxiliar encarregado dos divertimentos públicos chegou de surpresa ao cinema. Ao perceber sua presença, o sr. Linguanotto tocou uma campainha e o filme em exibição, “Para o Harém”, foi imediatamente trocado por um inocente documentário sobre a vida das abelhas. O policial, entretanto, não se deixou enganar apreendendo o estoque de filmes pornográficos do cinema e multando o seu proprietário. No ano seguinte o Ideal foi vendido à Companhia Cinematográfica Brasileira de Francisco Serrador, mas não durou muito mais.

 

Isis-Theatre
Ainda em 1911, no dia 7 de abril, foi inaugurado o Isis-Theatre, outro cinema da rua do Gasômetro. Ficava no número 47 antigo, correspondente ao número 245 atual. A poucos metros do Ideal do sr. Vicente Linguanoto, o Isis Theatre pertencia ao sr. Luís Taddeo, irmão do sr.Fernando Taddeo que fundou o primeira Cine Piratininga do Brás. Na década de 30, o Isis-Theatre passou a se chamar Cine Glória.

 

Pavilhão Oriente
Mais um cinema do Brás existente em 1911. Pertencia ao sr. Francisco Cunha e ficava na rua Henrique Dias, esquina com Rodrigues Santos.

 

Avenida
Funcionava em 1913 e teve vida muito efêmera. Na Rangel Pestana nº 111 (antigo) logo depois da rua Caetano Pinto. No intervalo das exibições, apresentava números musicais.

 

Eros
Rua Piratininga, esquina com rua Cel. Murça. Com os lucros que lhe deu o seu Cine Piratininga, naquela mesma rua, o sr. Fernando Taddeo montou em 1913 o Eros Cinema, de longa duração. Teve um tempo desativado para ressurgir depois com o nome de Ideal até o seu fim na década de 60.

 

Salão Cinema
Junto à Confeitaria Guarani, célebre no bairro e na cidade, fundado em 1912 pela família Siniscalchi – idealizado pelo patriarca, Emilio Siniscalchi -, na avenida Rangel Pestana, 122 (antigo), à altura do número 1380 atual, há muito tempo uma agência do Bradesco. A inauguração do Salão Cinema foi um projeto arrojadíssimo para sua época. Oferecia cinema de graça para os frequentadores daquela que se tornaria ao longo dos anos uma das confeitarias mais famosas da cidade. Seus proprietários gabavam-se de terem construído a sala de cinema mais confortável da época, com poltronas de veludo e ambientes sofisticados. Também havia um pequeno palco, com uma elegante cortina vermelha de veludo e uma pequena orquestra se apresentava no local com alguma frequência. O cinema, que programava especialmente filmes europeus, fechou logo, mas a confeitaria atingiu a década de 1960.

 

Savoy
Rua Mendes Júnior, 711. Inaugurado a 23 de novembro de 1950 com o filme “Os Piratas de Capri”, produção italiana da Art Filmes.

 

São Sebastião
Rua Maria Marcolina. Fundado na década de 1950, não conseguiu ficar nas lembranças de muita gente, como outros cinemas do bairro.

 

São José
Fundado em 1914, rua Nova São José, 22. Esta rua, que herdou um antigo nome da rua Líbero Badaró foi absorvida depois pela rua 21 de Abril. O São José viveu pouco mais de dois anos e seu lugar foi ocupado durante muito tempo pela empresa Nadir Figueiredo.

 

Braz Polytheama. Foto: acervo Caio Quintino

Polytheama
Avenida Celso Garcia, 55 (antigo) correspondente ao 223 atual. Com construção iniciada em 1914, propriedade de A.Godinho, foi logo arrendado pela empresa Canuto, Cicciola e Rocha, integrada por famosos empresários circense e de outras diversões na época. Chamou-se inicialmente Teatro Politeama do Brás, porque quando sua construção foi iniciada ainda existia o Teatro Politeama no Vale Anhangabaú, destruído por um incêndio naquele mesmo ano. O Brás-Politeama, que durante alguns anos manteve uma companhia de teatro, viveu bravamente até o começo dos anos 1950. Na mesma década ocupou o seu lugar o cine Brás, que não teve a mesma longevidade. Pertenceu também à Empresa Cine Paulista.

 

Celso Garcia
Avenida Celso Garcia, 46 (antigo), entre as ruas Costa Valente e Joli. Fundado em 1914 pelo alemão Estevam Knoeller. Na época, eram muito comuns os cinemas apresentarem os espetáculos de lutas-livres como complemento à exibição dos filmes. O resultado das lutas quase sempre era previamente combinado, e não se tornavam raros os empates que estimulavam a volta dos espectadores para assistirem ao tira-teima. A 26 de março de 1915 dois famosos lutadores defrontaram-se no Cinema Celso Garcia, já com novo proprietário, o sr. Teófilo Melo. Um dos lutadores chamava-se Rafael Moreno e o outro era Antonio Esper (conhecido como Dudu), que em 1924 morreu em combate lutando pela Coluna Prestes. Houve uma prévia combinação de empate, mas Dudu, entusiasmado pela reação da platéia, usou sua melhor técnica para vencer a luta, desrespeitando o acordo. Moreno irritou-se e nos bastidores quis ir à desforra munido de uma faca. Dudu, que sempre portava um revólver por sua condição de vendedor externo de uma loja, sacou a arma para defender-se. O juiz da luta, Cid Cobert, tentou interferir e foi mortalmente atingido por uma facada. Não obstante, o Cinema Celso Garcia continuou a funcionar por mais alguns meses. Parece, porém, que carregava maus fluídos. Seu fundador e primeiro dono, Estevam Knoller, morreu vítima de um tiro durante uma caçada.

 

Theatro Mafalda

Mafalda
Rangel Pestana, 150 (antigo) à altura 1560 atual. Fundado no final dos anos 1910, era famoso pela sua orquestra – modelo de negócio bastante popular na Europa; aliás, era comum também um cinema ter uma companhia de teatro, além de orquestra. Quando inaugurado, causou bastante frisson na sociedade paulistana, sendo visitado, inclusive, por quem não frequentava a sala de cinema. O local virou ponto turístico da cidade. Era comum famílias inteiras irem visitar o cinema aos sábados e domingos. Ocupou o mesmo terreno do Brás-Bijou, primeiro dos muitos cinemas da avenida Rangel Pestana. Cedeu seu terreno no começo dos anos 1940 para o Cine Piratininga.

 

Olímpia
Avenida Rangel Pestana,1266. Fundado no começo da década de 1920 num prédio pertencente aos Medicamentos Fontoura. Durante a revolução de 1924 foi atingido por uma bomba que danificou o seu teto. Desapareceu nos primeiros anos da década de 1950.

 

Babilônia — Fundado nos meados da década de 1930, ficava na avenida Rangel Pestana, 2079, endereço que já foi ocupado pelas Casas Bahia e hoje servindo a Chik’s Center Modas. Fazia parte de um grupo de casas vizinhas pertencente à sra. Isabel Leonor M. Combes. Desapareceu no começo dos anos 1950.

 

Theatro Oberdan.

Oberdan
Rua Ministro Firmino Whitaker,63. Fundado em 1929 pela sociedade italiana Leale Oberdan e arrendado posteriormente para a Empresa Teatral Paulista (ETP), firma que se expandira a partir da cidade de São Carlos. No dia 10 de abril de 1938, um domingo, durante a vesperal, exibia-se o filme Criminosos do ar. Quase no término da sessão, na cena final do filme, dois aviões policiais trocavam tiros com o avião do bandido quando alguém entusiasmado com a perseguição gritou “fogo”. Imediatamente, os espectadores, em pânico, começaram a correr para a saída. Na escada estreita que dava acesso à rua, as pessoas se atropelavam, se derrubavam e se pisoteavam. Houve trinta e uma mortes, a maioria de crianças e adolescentes entre oito e dezesseis anos. Entre os adultos, só morreu uma mulher que tentou proteger seu filho. A criança salvou-se. O Oberdã tinha 1600 lugares e sistemas de segurança considerados bem melhores do que outras salas contemporâneas. Apesar da tragédia, o cinema voltou a funcionar e viveu ainda por muitos anos.

 

Roxy
Ocupava um espaço que ia do número 485 ao número 503 da avenida Celso Garcia. Fundado no final dos anos 1930, alcançou a década de 1970.

 

Universo
Outro grande cinema do Brás, fundado no final da década de 1930, entre os números 360 e 390 da Celso Garcia Também chegou à década de 70. Da Companhia Paulista de Cinemas. Seu projeto arquitetônico foi de Rino Levi, famoso arquiteto modernista, responsável também por outros cinemas de São Paulo. O Universal tinha um teto escamoteável especial para as noites de verão. Nem sempre, porém, o teto funcionava quando chegava um temporal repentino. Foi no Universal que, em 1967, Roberto Carlos comemorou com uma festa de arromba o seu 23º aniversário.

 

Cinema Piratininga.

Piratininga
Rua Rangel Pestana, 1554. Fechado no final dos anos setenta, ocupou na década de 1940 um espaço que anteriormente já servira dois outros cinemas famosos do Brás: Brás-Bijou e Mafalda. Sua inauguração foi noticiada fora do Brasil  por ser um dos maiores cinemas do mundo. Com capacidade para cerca de 5000 espectadores – com plateia, frisas e segundo balcão -, o Piratininga anunciava-se orgulhosamente como o “maior cinema do Brasil e da América Latina”. E provavelmente era mesmo um dos maiores. Apesar do tamanho, o cinema que era bastante frequentado pelos moradores do Brás, estava sempre lotado. O elegante e arrojado projeto arquitetônico do Piratininga foi também de Rino Levi e, durante décadas, foi um dos cartões de visita não só do bairro, mas da cidade de São Paulo. O Piratininga marcou sua época, fez história e resistiu até o final dos anos 1970 quando já em franco processo de decadência, a sala não atraia espectadores. Hoje no local funciona um  estacionamento.

 

Fontana
Av. Celso Garcia, 273. Quando surge, já o bairro perdera o seu brilho cinematográfico que ostentara em tempos idos. Com a inauguração de salas enormes da década de 1940, o Brás ganhara a condição de segundo território exibidor (região de concentração de cinemas no jargão dos empresários da área) da cidade, perdendo apenas para a chamada Cinelândia. A época de glória começa a finar-se, porém, a partir de 1950. Com o cinema Brás, seu vizinho, o Fontana teve existência curta, assinalando que o oxigênio do Brás para a exibição cinematográfica se esgotara.

 

Largo da Concórdia.

Largo da Concórdia
O atual Largo da Concórdia começou a ser formado entre os anos de 1830 e 1840, paralelamente à urbanização do próprio bairro do Brás que, naquela época, era ocupado apenas por chácaras. Aliás, este Largo localizava-se nos limites da antiga Chácara do português José Brás, considerado o fundador deste tradicional bairro paulistano. Por volta de 1850, o seu traçado já estava pronto, época em que recebeu sua primeira denominação: Largo do Brás. Em 1862, por determinação da Câmara Municipal, o largo deveria ser fechado. Porém, com a interferência do então Presidente da Província, Vicente Pires da Mota, o logradouro permaneceu aberto ao público. No dia 28/11/1865, por proposta do vereador Malaquias Rogério de Salles Guerra, o seu nome foi alterado para “Largo da Concórdia”. E por que Largo da Concórdia? Para este nome possuímos duas possíveis explicações: 1ª) Uma referência à Praça da Concórdia, localizada em Paris; 2ª) Uma homenagem à cidade de Concórdia, localizada na Argentina, às margens do Rio Uruguai, Província de Entre Rios. Esta cidade teve um papel destacado durante a Guerra do Paraguai, época em que sediou alguns batalhões argentinos e brasileiros. Para referendar esta hipótese, lembramos que o vereador Malaquias Rogério de Salles sugeriu, na mesma data, os nomes de “Rua do Riachuelo”, “Largo do Paissandú” (nomes de batalhas da Guerra do Paraguai) e “Rua Vitória” (uma referência à vitória brasileira na batalha do Riachuelo).

 

Hospedaria de Imigrantes do Brás.

Memorial do Imigrante

O Memorial do Imigrante, hoje, é o depositário e guardião da memória da Hospedaria de Imigrantes do Brás. Inaugurada oficialmente em 1888. Desde 1887 a Hospedaria recebeu, registrou, acolheu e encaminhou as levas de imigrantes que chegaram a São Paulo. Em seus primeiros dez anos, a administração da Hospedaria esteve a cargo da Sociedade Promotora de Imigração, vinculando-se, a partir de 1892, à recém-criada Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Passou então, ao ser subordinada à Secretaria da Agricultura, a ser administrada por diversos órgãos que, cada qual a seu tempo, foram responsáveis pelos serviços de terras, colonização e imigração no Estado de São Paulo. Após sucessivas reformulações, em 1968 os serviços de imigração e recepção de trabalhadores estrangeiros foram incorporados pela Secretaria de Estado da Promoção Social, onde permaneceram até o encerramento de suas atividades como Hospedaria de Imigrantes, em 1978. As diversas fases que constituem essa história, as sucessivas reorganizações e reformas na sua estrutura, estão refletidas nas interrupções cronológicas e mudanças de nomenclatura dos diversos documentos que gerou e acumulou.

 

Igreja Senhor Bom Jesus de Matosinhos
Igreja erguida em 1903, marco do bairro.

 

Mesquita Mohammad Mensageiro de Deus (ou Mesquita do Brás)
Possivelmente a primeira Mesquita (e única xiita) do Brasil.

 

Praça Kantuta em festa.

Praça da Kantuta/Fiesta de las Alasitas
A Associação Gastronômica Cultural e Folclórica Boliviana Padre Bento, é reponsável por promover a feira de bolivianos na Praça Kantuta. Mas antes de se instalarem nesse local, a feira acontecia na praça Padre Bento. “Me chamaram da regional da Sé. Existia um movimento de bairro para nos tirar de lá”, conta Carlos Garcia, presidente da associação. “Aí a regional disse pra gente formar uma associação porque eles gostavam da feira”. Com a associação, a regional da Sé podia legalizar a feira. Foi o que aconteceu. Associação formada, feira legalizada desde 2002. A Praça da Kantuta, batizada por eles, se refere a uma flor que tem as cores da bandeira da Bolívia. Assim, todos os domingos, cerca de 70 feirantes montam barraca na praça e diversos bolivianos, brasileiros e curiosos visitam o local que oferece comidas típicas, barracas de artesanatos além de promover eventos folclóricos e esportivos e festas em comemoração em datas especiais. “Fazemos festa de carnaval, apresentamos folclore, festa de dia das mães… Aqui é um ponto de encontro”, comemora Carlos. E os bolivianos – e paulistanos – têm muito gosto pela praça.

 

* Com SP Escola de Teatro e informações do site Formas & Meios.

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