Cumplicidade

Eu tinha seis anos quando na minha escola iria acontecer uma corrida de bicicletas. Por aqueles dias, coincidentemente, tinha ganhado de presente do meu irmão Irineu uma bicicleta azul de três rodas. Feliz até não poder mais, me inscrevi na competição e, no dia marcado, a escola encheu-se de festa, com os alunos acompanhados de […]

O dia das mães

— Aqui é o final da fila? — Aqui mesmo. — Nossa, pelo visto vai demorar, né? — Você está com sorte, começou a andar rápido agora. — O dia tá corrido hoje. Viajo na segunda. — Viajar é bom. — No meu caso, não. Tô fazendo um negócio que tinha prometido pra mim mesma […]

José Francisco

Era pedreiro, analfabeto, casado com uma costureira e teve seis filhos: quatro homens, duas mulheres. Sua maior frustração foi não ter conseguido que nenhum de seus filhos seguisse a sua profissão. Ele amava o que fazia! Orgulhava-se de ter construído pontes, mais de uma. E casas, muitas. Gostava de pássaros e de música, embora, em […]

Constatação

Então ontem, no final da tarde, eu estive no píer para ver, mais uma vez, o pôr do sol. Afinal, o de anteontem não fora o último. Mas meu amigo não apareceu… Pensei muitas coisas. No privilégio da minha contemplação, na possibilidade de nunca mais encontrar o meu amigo, na alternativa daquela ser a minha […]

Os Satyros e o PCC

Foi assim. Em 2004, estávamos em cartaz com “A Filosofia na Alcova”, no Satyros Um, à meia-noite. Eu, que havia atuado na peça como ator durante anos, não estava mais no elenco e, naquela noite, trabalhava na bilheteria do espetáculo. Como a peça tinha suas lotações sempre esgotadas, aceitávamos as reservas – realizadas através de […]

Me lembro perfeitamente deste dia: 21 de outubro de 1973. Nesta época, conheci Bach e, pela primeira vez, li Goethe e “Viagem ao Harz”, de Heinrich Heine. Nunca me esqueci de uma frase deste livro: “Deus sempre me perdoará: é o seu ofício”. No dia 21 de outubro de 1973, um domingo, eu tinha 10 […]

As calças compridas da Cila

Não sei porque, eu nunca mais esqueci dessa história. Eu devia ter uns quatro anos. Cinco, no máximo. Em 1967, 68, morava em Ribeirão Claro, cidadezinha linda no norte velho do Paraná, com cerca de seis mil habitantes, na altura. Vivíamos numa casa de madeira muito pequena – amarela, com janelas azuis e, de tão […]

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