Olhar para as minorias não é só falar delas. É abraçar suas causas, dar trabalho, criar acessos.
Acolher o oprimido é, antes, abraçar a diferença, o contraditório; abrir as portas para suas questões e necessidades, criar acessos para elas.
Engana-se aquele que pensa que está fazendo política apenas falando sobre política. O tipo que é contra tudo, mas que frauda a lista de presença na universidade, que joga guimbas de cigarro na calçada, que fura a fila do elevador, que joga seu lixo na rua; esse, definitivamente, não merece meu respeito.
Parece exagero? Vou dar um exemplo. Um só. Caminhem pela revolucionária praça Roosevelt para vocês entenderem o que estou falando. Vejam o que estamos fazendo com aquele lugar, a quantidade de lixo que produzimos diariamente com nossas latinhas de cerveja depositadas de qualquer jeito, em qualquer canto.
Mas é fácil criticar a prefeitura ou o governo, virando as costas e fazendo de conta que esse problema não é nosso.
Fazer política não é só falar de política. É, antes, uma necessidade, uma questão de alteridade. Se você não reconhece o outro, como fazer? Eu disse outro, não igual. Para meus iguais, não preciso de discurso; minhas ações bastam.
Problema, problemão mesmo, é seguir na contramão, encontrar diálogo com aquele que está no oposto do seu discurso.