PUBLISHNEWS, REDAÇÃO, 14/03/2024
Os arquivos de ‘A Estátua de Sal de Sodoma’ foram deixados a Ivam Cabral, no período em que o autor estava internado
Será no dia 20 de março, às 19h, no hall da SP Escola de Teatro (Praça Franklin Roosevelt, 210 – São Paulo / SP), o lançamento do romance A estátua de sal de sodoma (Lucias), do ator, diretor, professor, crítico e escritor Alberto Guzik (1944-2010). Guzik foi um dos idealizadores e fundadores da Escola, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
O romance póstumo é publicado pelo Selo Lucias, projeto editorial da Escola com coordenação editorial de Ivam Cabral, Beth Lopes, Elen Londero e Marcio Aquiles, em parceria com a Editora Urutau.
Na superfície, parece ser um romance sobre a vida de um crítico e professor de teatro, que passa por um fim de casamento e uma nova paixão. Contudo, a complexa engenharia literária de Guzik revela ao leitor outras narrativas nas entrelinhas. Guzik faleceu em junho de 2010, em decorrência de um câncer no estômago descoberto meses antes. Periodicamente, ele enviava a Ivam Cabral os arquivos atualizados do livro. “Estou contente com o resultado. Consegui limpar uma porção de bobagens e repetições, e percebo que tenho que mexer muito menos na obra do que havia imaginado de início”, diz em um email de fevereiro de 2010.
No prefácio do livro, Ivam Cabral conta que o romance começou a ser escrito em 2008, durante uma viagem a Nova York. O ponto de partida foi o quadro “Cat and Bird”, de 1928, do pintor suíço Paul Klee, exposto no MoMA. Ivam Cabral escreve: “A estátua de sal de Sodoma é um livro triste, silencioso também. Embora passeie sobre a cidade com todos os seus ruídos e registre um tempo específico – eu próprio sou personagem da obra, vejam só que privilégio –, este livro do Alberto pareceu refletir sobre os impulsos, onde vida e morte digladiam-se”.
Ator consagrado em montagens da Cia Os Satyros, Guzik também foi um escritor experiente e premiado. Antes dessa obra póstuma, publicou o romance Um risco de vida (1995, indicado ao Prêmio Jabuti), o livro de contos O que é ser rio, e correr (2002). No teatro escreveu “Um Deus Cruel” (1997) e “Errado” (2001). No campo da crítica, publicou “TBC: crônica de um sonho” (1986) e “Paulo Autran: um homem no palco” (1998).
Fonte: PublishNews