Aconteceu há um tempo. Quase uma da tarde e estou no La Barca, esperando que a Isabel me sirva um cafezinho. O Mirisola se aproxima. Apesar de sua luminosidade – sim, ele andava com uma luz impressionante naqueles tempos, talvez revérbero do filho de Caos – está abatido. É ele quem nos dá a notícia:
– Mais um suicídio na praça.
Silêncio. Há tristeza na voz do Mirisola.
– E aconteceu agorinha mesmo. O corpo está ali, estatelado no chão.
A Isabel suspira. Mirisola diz qualquer coisa e sai enquanto eu vejo meu café transbordar. Sem dizer absolutamente nada, e como se tivessémos combinado, decido suspender o café ao mesmo tempo que a Isabel desliga a máquina expresso.
Em silêncio, deixo o La Barca enquanto vou pensando nos rostos que vi por ali nos últimos tempos. Em qual deles a dor era mais visível?
a vida e a morte na sua eterna luta.
pi
Não poderia ser diferente, né? Saudade sempre, querido.
estes acontecimentos sempre mexem comigo.
dia desses foi alguém nos jardins, em frente ao meu trabalho.
quanto desespero por aqui que a gente não vê…
triste, né? beijo, querida…
Sempre que posso acesso teu blog, muito bom parabéns!
Que légal saber disso, Sadir. Muitas saudades, querido.