CRÍTICA: MOSTRA XXX ESTREIA COM ENCENAÇÕES DE SEXO, POESIA E FESTA

por Danilo Georgete e Luís Zavan

Encenações de sexo, nudez, poesia, amor e uma festa. Tudo isso aconteceu na primeira apresentação da Mostra XXX, aposta do Festival desse ano. A peça, Satyros’ Satyricon começou no fim da noite da última quinta-feira (29), e foi terminar na primeira hora desta sexta-feira (30).

Em meio a um turbilhão de acontecimentos, divididos em três atos, a peça levou ao público presente no Espaço Cênico, espanto, risadas e comoções.

O primeiro ato da peça começou com uma participação tátil do público, em meio a peformaces artísticas dos atores. Em seguida, o público foi convidado a se dirigir até o espaço onde a história de Petrônio seria encenada.

O diretor da peça, Rodolfo García Vázquez, disse que é importante dar voz e retratar essa parte da sociedade excluída. “Trazer à tona aquilo que não é admitido por parte da sociedade é muito bom”.

Tudo em cena foi muito bem feito, os trajes, a maquiagem, os efeitos. A produção andou todo o momento em sintonia e cada detalhe ajudava na riqueza da poesia escrita há mais de 2000 mil.

Para a produção do espetáculo, vários michês  foram entrevistados, além de muitos atores já terem feito parte do mundo da prostituição. “Temos travestis, transexuais, gays, lésbicas e heteros na peça. Muitas pessoas que atuam já viveram o mundo da prostituição, fomos descobrindo esses detalhes durante os ensaios”, informou Vázquez.

No início a peça chocou de imediato os espectadores, com encenações de sexo ao vivo, inclusive com ao atores atuando nus. Aos poucos a peça foi se tornando mais leve, com um texto poético rico em detalhes e atuações esplêndidas. Os tons usados, os gestos feitos e as piadas intercaladas com o texto, levaram o público a soltar boas gargalhadas.

Por fim a peça não poderia terminar sem a boa e prometida festa intitulada: Suburra, nome dado a um bairro da Roma antiga onde as pessoas procuram o prazer. Originou-se daí a palavra “suruba” que conhecemos hoje em dia.

Após todos os espectadores saírem do teatro, o local foi ajeitado para receber a balada. Ao entrar novamente o espectador teve que passar por caminhos apertados, com um homem e uma mulher no corredor, totalmente nus. Além disso, aconteceu uma interação, pintado os corpos dos respectivos atores que estavam despidos.

Dentro do teatro, aconteceu uma balada, com alguns personagens da peça totalmente nus nas arquibancadas, ou correndo e dançando em volta dos espectadores. O público foi perdendo a timidez aos poucos e acabou acontecendo uma interação maior com os personagens do espetáculo, além de muitas risadas.

Por fim após algumas intervenções e mudanças de estilos musicais, o ponto alto da noite foi uma paródia de “I Will Survive”, tornando a balada um verdadeiro “Satyricon”. O espetáculo continua em cartaz nesta sexta-feira (30) e sábado (31) no Espaço Cênico.

Serviço:
A peça segue em cartaz nos dias:
30/O3 – Espaço Cênico – INGRESSOS ESGOTADOS
31/03 – Espaço Cênico – INGRESSOS ESGOTADOS

Fonte: Teia Notícias, 30 de março de 2012

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
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