CINEMA | Festival Satyricine Bijou celebra abertura de cinema histórico

O evento reúne 83 filmes e é uma iniciativa do Satyros Cinema, braço audiovisual da cia Os Satyros.

Entre os dias 22 e 29 de setembro acontece a primeira edição do Festival Satyricine Bijou, evento online que celebra a produção audiovisual brasileira recente.

Dividida em quatro segmentos – Mostra Competitiva, Mostra do Novo Cinema Brasileiro, Mostra Para Atravessar o Fim do Mundo e Mostra Memória – a iniciativa exibe 83 obras, entre longas e curtas-metragens!

 

Todas as exibições acontecem pela plataforma Sympla Play, com cada filme permanecendo disponível ao público pelo período de três a sete dias.

 

Cada obra foi cedida por diretores, produtores e distribuidores sem qualquer custo, como apoio ao projeto de reabertura do Cine Bijou, sala de cinema que exibia produções inovadoras.

 

O Cine Bijou volta a funcionar oficialmente em 2022, mas já é possível entrar no clima virtualmente, curtindo as produções de Felipe Bragança, Karim AïnouzGabriel Mascaro, Paulo Sacramento, Andradina Azevedo eDida Andrade, Kléber Mendonça Filho, Rodolfo Garcia Vazquez e Ivan Cabral, entre outros grandes diretores.

 

A programação

 

Um dos destaques do Festival Satyricine Bijou é o circuito competitivo, composto por primeiros ou segundos títulos realizados nos últimos dois anos por novos diretores.

Ao todo, estão programados 13 longas e 16 curtas, avaliados por profissionais e entusiastas do cinema, como os cineastas Silvio Tendler, Alain Fresnot, Hsu Chien Hsin, a cineasta e produtora Júlia Barreto, os jornalistas e críticos Daniel Schenker e Miguel Arcanjo e as atrizes Nicole Puzzi e Arly Arnaud.

 

Os vencedores são anunciados em uma live no Instagram da Cia Os Satyros no dia 29, às 20h. Já a premiação acontece na edição de 2021 do Festival Satyrianas, em dezembro. Os vencedores recebem um troféu criado pela artista plástica ítalo-brasileira Maria Bonomi.

 

Além dos premiados da Mostra Competitiva, está prevista a entrega do Grande Prêmio Satyricine Bijou, que homenageia a atriz e cineasta Helena Ignez, musa do Cinema Novo.

 

Com mais de 50 anos de carreira e papéis marcantes em alguns dos mais importantes filmes nacionais, Ignez é frequentemente citada como inspiração de outros diretores – especialmente os dois com quem foi casada: Glauber Rocha (1939-1981) e Rogério Sganzerla (1946-2004).

 

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Também é possível assistir a um dos filmes dirigidos por Ignez, “Luz nas Trevas”, que integra a Mostra Memória. O longa de 2010, continuação de “O Bandido da Luz Vermelha”, de Rogério Sganzerla, acompanha a história de Tudo-Ou-Nada, filho do protagonista do filme original. O elenco conta com Ney Matogrosso, Maria Luisa Mendonça, Bruna Lombardi e Sérgio Mamberti.

 

A Mostra Memória ainda é formada por outros filmes históricos, como “O Padre e a Moça”, de Joaquim Pedro de Andrade, e “São Paulo SA”, de Luis Sérgio Person. Imperdível!

 

O Cine Bijou

 

O Cine Bijou foi uma das salas de cinema mais emblemáticas da cidade de São Paulo, ao ponto de se tornar uma referência de resistência artística durante a ditadura militar! Muitas gerações desfrutaram do espaço que funcionou na praça Roosevelt entre 1962 e 1996.

 

Ao longo dos anos, o estabelecimento abrigou filmes do Cinema Marginal e de movimentos alternativos-experimentais, além de clássicos do Cinema Novo. Entre 1964 e 1985, contribuiu com a história cinematográfica ao exibir as obras-primas como “Laranja Mecânica”, “Morangos Silvestres”, “Blade Runner” e “Indiana Jones”.

 

Agora, a sala se prepara para a reabertura, tendo o cinema brasileiro como foco especial!

Fonte: Catraca Livre

 

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
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