SP Escola de Teatro, Cidadã do Mundo

SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, conectada com o que há de mais moderno e inovador no mundo (foto: arquivo SP Escola de Teatro)

A SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco está permanentemente conectada com o que há de mais moderno e inovador no mundo. Se a destruição de fronteiras está no cerne da contemporaneidade, cabe a nós explorarmos a faceta positiva da integração proporcionada pela globalização e nos aproximarmos do outro de maneira que possamos compartilhar com ele universos ricos em diversidade.

Falo sobre isso porque hoje (27/9), por exemplo, recebemos na Escola profissionais advindos de três países – falando apenas dos convidados, que estão de passagem por alguma razão, já, já me aprofundo. Neste momento, estou apresentando o projeto da Escola e a Praça Roosevelt a uma comitiva escocesa que está no Brasil a convite do British Council. Trata-se de uma delegação composta por mais de 10 artistas, produtores e diretores de alguns dos principais grupos e festivais britânicos.

Enquanto isso, Roger Del Pozo e o pessoal da New York Film Academy (EUA) realizam um workshop com aprendizes e ex-aprendizes da Escola. Na segunda-feira (30) eles farão uma audição para selecionar atores que receberão uma bolsa de estudos da instituição. Ainda hoje, pela manhã, integrantes do grupo dinamarquês de teatro infantil, Madam Bach, estiveram na Sede Brás da Escola, em uma mesa de discussão.

Tudo isso acontecendo em apenas um dia. Se formos pensar na diversidade de nacionalidades que se relaciona ou já se relacionou com a Escola desde o início do projeto, teremos uma grande lista, formada por gente de todos os cantos do mundo unidos pela paixão pelo fazer teatral. Milton Santos, no livro “Pobreza Urbana” (1978), afirma que não existe cidadania em um mundo dividido, e é isso que realmente nos interessa: um mundo mais solidário, em que todos possam se reconhecer como cidadãos do mundo”.

São parcerias, convites, diálogos e trocas com os profissionais mais competentes em suas áreas de atuação. E não são apenas convidados passageiros. Pelo contrário, temos colaboradores de outros países, como o português Óscar Silva, um dos meus assistentes aqui, na Escola. Nos cursos de Extensão Cultural, só neste ano, tivemos, entre outros, o dramaturgo e diretor mexicano Alberto Villarreal e os suecos Sara Erlingsdotter e Claes Peter Hellwig, da Academia de Artes Dramáticas de Estocolmo (Sada). Com a Sada, a propósito, mantemos parceria desde 2012, mas nossas conversas tiveram início ainda em 2009.

Pela seriedade de nosso projeto e seu incontestável poder de inovação, hoje não apenas aprendemos com quem vem de outros países, mas também contribuímos para seus próprios projetos. Ou seja, além de termos os maiores profissionais de teatro do Brasil, ainda exportamos nosso sistema pedagógico, por exemplo, para a Sada. E isso é mais do que um privilégio!

Agora, voltando a falar sobre as parcerias internacionais concretizadas pela Escola, é melhor organizar por continente para não nos perdermos.

Como começamos pela Europa, vamos falar sobre nossos contatos de lá, sem mencionar os convidados para palestras e aulas. Na Finlândia, mantemos contato com Tiina Rosenberg, a reitora da Universidade de Artes de Helsinque, e há algumas semanas abrigamos uma ocupação de artistas finlandeses que pesquisam a performance; da Escócia, o diretor Douglas Irvine, que fez uma residência conosco no mês passado;  ainda no Reino Unido, temos aproximação, por meio do British Council, da companhia inglesa Graeae. Além disso, temos aprendizes portugueses em nossos Cursos Regulares.

Mais próximos da gente, aqui na América do Sul: temos parceria com a Escuela Nacional de Teatro (ENT), que fica em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Por meio dela, dois aprendizes da Escola foram ao país e um boliviano veio estudar por aqui durante três meses; e, no próximo mês, um aprendiz nosso estará vivendo em terras bolivianas por dois meses. Mais para cima, na América Central, temos bastante contato com Cuba. Além de abrigarmos aprendizes cubanos, tivemos por aqui, em agosto, a presença de Omar Valiño, importante crítico e pesquisador.

Além do mais, somos parceiros oficiais da Rede IberoAmericana de Escolas de Técnicas do Espetáculo ao Vivo (Red Iberoamericana de Escuelas de Técnicos Del Espetáculo En Vivo, no original); e do Odin Teatret, de Eugênio Barba.

Em janeiro deste ano, promovemos, em parceria com o Sesc, o 8º Encontro do Instituto Hemisférico de Performance e Política, promovido pelo Hemispheric Institute, da Universidade de Nova York. Durante mais de uma semana, a performance reuniu artistas de toda a América.

Falando em eventos, sediamos, em março, o Palco SP – Encontro Internacional Sobre o Ensino da Cenografia, que contou com profissionais de todos os continentes em rodas de conversa, mesas de discussão e palestras. Dos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Suécia, Nova Zelândia, Nigéria e Japão vieram pesquisadores e artistas da área.

Na África, além de diálogos com Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, temos fortes laços com Cabo Verde, a partir de nosso contato com o diretor João Branco, diretor do Festival Internacional de Teatro do Mindelo, o Mindelact. Estive ali no início do mês e pude falar da Escola para programadores de vários lugares do mundo.

Ufa! Que longa viagem pelo mapa-múndi. Assim damos continuidade a nosso projeto de formação globalizada. Porque compartilhar é preciso.

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
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