Este ano de 2023 será pra sempre um dos mais significativos da minha vida. No teatro, pela primeira vez em muito tempo, não subi ao palco como ator. Foi o ano em que finalmente coloquei a psicanálise em primeiro plano e dividi meus dias entre a Praça Roosevelt e meu consultório na rua Maranhão, em Higienópolis.
Concluí mais uma especialização em Psicanálise, desta vez no Cepsi, uma das instituições mais notáveis do Brasil, com professores extraordinários vindos da Sociedade Brasileira de Psicanálise (SBPSP) e do Instituto de Psicologia da USP. Além disso, andei pela SBPSP em busca de aprimoramento e me envolvi em inúmeros encontros, debates, seminários e supervisões.
Foi um ano incrivelmente produtivo. Lancei quatro livros novos – um deles editado nos Estados Unidos, vejam só! – além de ter escrito uma infinidade de prefácios e artigos para revistas estrangeiras. Também atuei como jurado na 65ª edição do Prêmio Jabuti, na categoria Crônicas.
Tive bastante reconhecimento, até prêmio internacional eu ganhei. E fui convidado para receber o título de “Honorary Professor of the Academic Union Oxford”, uma organização sediada em Oxford, no Reino Unido, composta por professores, reitores e cientistas de mais de 30 países.
Entretanto, foi um período solitário. Não saí para jantar fora, não me reuni com amigos, não bebi uma única gota de álcool, não fui dançar nem jogar conversa fora em nenhum bar. Quase um eremita.
Apesar disso, não foi um ano triste. Posso dizer que foi um período sereno e de muito aprendizado. Li muito, estudei muito e trabalhei muito também.
Realizei duas viagens à Europa, rápidas, muito rápidas. Quando estava fora, meu único desejo era retornar para Chico, meu labrador caramelo. Dediquei todos os meus momentos livres a ele, que, ao envelhecer, começou a me ensinar sobre a finitude da vida. Afinal, eu mesmo, neste 2023, cheguei aos 60 anos. Que sorte a minha!
JANEIRO
— Pelo selo Lúcias, sou um dos editores do livro “Athos Abramo – o crítico reencontrado”, organizado por Alcione Abramo e Jefferson Del Rios, lançado no dia 19. Também sou autor do prefácio da obra.
—Apresentação de “Aurora”, no Espaço Caixa Preta, sala Ivam Cabral, em Registro, no interior do estado.
— A 11.ª edição do evento “SP Transvisão – Semana da Visibilidade de Travestis, Mulheres Transexuais e Homens Trans”. Entre os dias 23 e 29.
— No dia 25, o Cine Satyros Bijou – sala Patrícia Pillar comemora seu segundo aniversário.
— No mesmo dia 25, o fotógrafo Bob Sousa lança sua exposição “Retratos – Bob Sousa”, sob a curadoria do crítico Miguel Arcanjo Prado, na qual eu e Rodolfo García Vázquez estamos entre os retratados.
FEVEREIRO
— Os Satyros foram indicados ao Prêmio Shell de Teatro, na categoria “Energia que Vem a Gente”, pelo projeto “A Arte de Enfrentar o Medo”.
— O artigo “Theatre and Social Justice in Brazil: The Successful Case of the São Paulo Theatre School”, escrito por mim e Marcio Aquiles, foi publicado no prestigiado portal The Theatre Times, na Polônia.
— Em comemoração aos seus 12 anos, a Cia Dança sem Fronteiras lançou o livro “Frestas Poéticas”, no qual tive a oportunidade de escrever o prefácio.
— O Bloco da Mamma desfilou pela primeira vez na rua Augusta, comigo e Rodolfo como padrinhos da agremiação.
MARÇO
— Pelo meu trabalho à frente da SP Escola de Teatro, recebo a notícia de que sou um dos premiados do The Bizz Hybrid Awards, da Confederação Mundial de Negócios “WorldCob”, um dos prêmios de negócios mais importantes do mundo, que reúne e reconhece empresas líderes em suas respectivas áreas, e que cooperam com o crescimento da economia de seu país e do mundo, especialmente nas áreas de inovação, qualidade e excelência em gestão e sustentabilidade.
ABRIL
— É editado pela Routledge, no Reino Unido, o livro “Live Digital Theatre: Interdisciplinary Performative Pedagogies” – em português e em tradução literal, “Teatro digital ao vivo: pedagogias performativas interdisciplinares” –, escrito pelo diretor e pesquisador sérvio Aleksandar Sasha Dunđerović, do Centre for Interdisciplinary Arts, do Royal Birmingham Conservatoire.
MAIO
— Sou convidado para receber o “Honorary Professor of the Academic Union Oxford”, organização localizada em Oxford, no Reino Unido, composta por professores, reitores e cientistas de mais de 30 países.
— A psicanalista Isildinha Baptista Nogueira sucede a gravurista Maria Bonomi na presidência do Conselho de Administração da Adaap.
JUNHO
— Dia 25: meu aniversário de 60 anos.
— Participo como curador da Quadrienal de Praga, na República Tcheca.
— Nos Estados Unidos, o lançamento do livro “Stage It and Stream It – Plays for the Virtual Theater”, editado pelo dramaturgo John Patrick Bray, também professor da Universidade da Geórgia. O livro apresenta 20 textos de peças apresentadas pela internet, durante a pandemia do CoronaVirus, entre 2020 e 2021.
— Os Satyros estreiam “As Bruxas de Salém”, de Arthur Miller.
— Entre os dias 22 de junho e 2 de julho, o Cine Satyros Bijou – sala Patricia Pillar recebe o 3º Festival SatyriCine Bijou.
JULHO
— Organizado por Marcio Aquiles, o Cine Bijou ganha um livro de memórias com depoimentos de artistas e acadêmicos.
JULHO
— Na Polônia, a SP Escola de Teatro foi tema do artigo “Formy technoobecności na scenie. Brazylijskie doświadczenia teatru Os Satyros oraz SP Escola de Teatro” e do artigo “Teatr a sprawiedliwość społeczna w Brazylii: przypadek São Paolo Escola de Teatro”. As publicações apareceram na revista Rozproszenie – Almanach Between.Pomiędzy 2023, da Universidade de Gdańsk (Uniwerystetu Gdańskiego).
AGOSTO
— Escrevo o prefácio do livro “Crônicas de reeducandos – Um olhar, olhares”, lançado pela Giostri Editora, a partir do projeto “Virando a Página – Remição pela Leitura”, executado na Colônia Penal Lafayete Coutinho, em Salvador, na Bahia.
— Em cerimônia de gala realizada no Corinthia Hotel, em Lisboa, recebo o Bizz Awards, prêmio concedido pela Worldcob, organização de Houston (EUA) que representa mais de 3.500 membros de 150 países.
SETEMBRO
— Lançamento do livro “Trilogia das Pessoas”, reunindo três dramaturgias escritas por mim e pelo Rodolfo: “Pessoas Perfeitas”, “Pessoas Sublimes” e “Pessoas Brutas”.
OUTUBRO
— Lançamento do livro “Teatro de Grupo em Tempos de Ressignificação: criações Coletivas, Sentidos e Manifestações Cênicas no Estado de São Paulo”, organizado por Alexandre Mate, Elen Londero, Marcio Aquiles e por mim.
— Com um público estimado em 20 mil pessoas e com o tema “Re_existir no Zé-Fênix em tributo a Zé Celso Martinez Corrêa”, acontece a 24ª edição do festival “Satyrianas, uma saudação à primavera”.
— Sou um dos autores do livro “100 Vozes para a democracia”, organizado por Fernando Guimarães, publicação da editora do Senado Federal que traz artigos de Lula, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Fernando Gabeira, Flavio Dino, Leci Brandão, Jandira Feghali, Marina Silva e Randolfe Rodrigues, dentre tantos.
NOVEMBRO
— A Câmara Municipal de São Paulo concedeu à Associação dos Artistas Amigos da Praça – Adaap a Salva de Prata, “em reconhecimento ao importante papel desempenhado na promoção do ensino das artes cênicas no Brasil”, através do vereador Xexéu Tripoli.
— Lançamento do livro “Eternizar em Escrita Preta” (selo Lúcias), com três dramaturgias inéditas de Apollo Faria, Dayani Pontes e Lu Varello. Além de um dos editores, escrevo o prefácio do livro.
— Adaap recebe o “Selo Igualdade Racial”, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania.
— Adaap vence o Prêmio Arcanjo de Cultura, categoria Especial.
DEZEMBRO
— Na 65ª edição do Prêmio Jabuti, tive a honra de fazer parte do júri e, também, de entregar alguns dos prêmios durante a cerimônia de premiação realizada no Theatro Municipal de São Paulo.
— A Adaap recebe o Selo de Direitos Humanos e Diversidade, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo – SMDHC-SP.
— Em convocatória realizada pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, a Adaap – Associação dos Artistas Amigos da Praça, gestora da SP Escola de Teatro, celebra conquista de mais cinco anos à frente do projeto.