RETROSPECTIVA – DESTAQUES 2011: ESPETÁCULO

“Cabaret Stravaganza”: formato de múltiplas e heterogêneas cenas, discutiu diferentes expansões.

Ao longo da semana foram publicados os Destaques 2011 do Caderno Teatral nas categorias cenografia, figurino, iluminação, ator, atriz, dramaturgia e direção. Chegou a hora de conhecer os espetáculos do ano em nossa seleção.

por Lucianno Maza
São Paulo

Os destaques de 2011 como espetáculos:

“Cabaret”
A história da prostituta Sally Bowles em meio a ascensão nazista ganhou versão que correspondeu às expectativas que cercam o gênero, surpreendendo na criatividade da tradução de Miguel Falabella e na estética gay do diretor José Possi Neto. Cláudia Raia e Jarbas Homem de Mello foram originais nas composições de seus personagens neste que foi o musical do ano.

“Cabaret Stravaganza”
Em formato de múltiplas e heterogêneas cenas, Os Satyros discutiu diferentes expansões: de uma arte que se alastra por linguagens distintas, da realidade que ganha o campo virtual e do gênero sexual que se transforma. O espetáculo marcou ainda a volta de um dos principais atores do grupo, Ivam Cabral, como condutor de tal extravagância.

“Cartas de Amor Para Stálin”
Terceira montagem do grupo BR 116, o texto de um dos maiores autores da Espanha contemporânea, Juan Mayorga, era construído a partir da possível ligação do ditador soviético Josef Stalin para o escritor Mikhail Bulgakov. O baiano Paulo Dourado mesclou os personagens da esposa do escritor (vivido por Ricardo Bittencourt) e do governante em Bete Coelho.

“Deus da Carnificina”
Yasmina Reza, dramaturga franco-argelina, tem como principal qualidade aliar o alcance popular de seu teatro com provocações sociais contundentes. Desmascarando a civilidade, a badalada comédia ganhou montagem brasileira de qualidade, sobretudo pelas interpretações bem medidas do elenco e o ritmo estabelecido por Emílio de Mello na direção.

“Diário Baldio”
Duas máscaras grotescas de bufão cobriam os rostos dos atores da Barracão Teatro para que contassem a história do encontro de marginais da sociedade: uma travesti pobre e um deficiente físico e mental igualmente miserável. O espetáculo, dirigido por Tiche Vianna, conseguia provocar igualmente os sentimentos de repulsa e compaixão pelos personagens.

“Fragmentos do Desejo”
A sexualidade, em suas perversões e em seu amor, surgiu impactante na história de uma travesti e seu admirador cego. A companhia franco-brasileira Dos à Deux partia do teatro de animação com bonecos e manipulação de objetos para construir imagens fortes como o abuso sexual de uma criança, uma ida ao cinema ou certa relação envolvida em braços gigantes.

“Luis Antonio – Gabriela”
Se a transexualidade foi um dos assuntos mais comentados no teatro e na sociedade brasileira em 2011, logo no início do ano a Cia. Mungunzá deu sua contribuição para o debate. Partindo do melodrama pessoal do diretor Nelson Baskerville e sua falecida irmã travesti, a encenação pós-dramática resultou num espetáculo que provocava comoção.

“Meire Love – Uma Tragédia Lúdica”
Conhecido coletivo cearense, o Grupo Bagaceira apresentou em São Paulo uma interessante comédia com elementos da tragédia sobre um dos maiores problemas do Brasil: a prostituição infantil. Com texto que dominava o assunto sem moralização e uma concepção seca, três atores viviam as garotas que sonhavam em sair dessa realidade.

“Oxigênio”
Depois do sucesso de “Vida”, a Cia. Brasileira de Teatro trouxe de Curitiba mais um grande trabalho, dessa vez com estética e dramaturgia consideravelmente diferentes do anterior. O texto russo de Ivan Viripaev, sobre sentimentos e angústias globais, ganhou roupagem de show de rock nas mãos de Márcio Abreu e dos atores Patrícia Kamis e Rodrigo Bolzan.

“Pinokio”
Marcado pela pesquisa em torno das dramaturgias contemporâneas, o Club Noir apontou para novo movimento desencadeado pelo autor e diretor Roberto Alvim, chamado de Dramáticas do Transumano. A fábula infantil de Carlo Collodi era pretexto para falar de um Homem que se torna outra coisa, outro Homem.

“Pterodátilos”
Na comédia escrita pelo americano Nicky Silver nos anos 1990, uma família decadente é mostrada com humor ácido. Representado por um inspirado Marco Nanini e por uma Mariana Lima sustentando o tom altíssimo desta segunda montagem do texto no Brasil, ambas estreladas pelo ator e dirigidas por Felipe Hirsch.

Fonte: Caderno Teatrl, dezembro de 2011

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
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2 comentários em “RETROSPECTIVA – DESTAQUES 2011: ESPETÁCULO

  1. Vi, Cabareth Stravaganza, Luis Antonio-Gabriela e Fragmentos do desejo, e posso dizer que concordo com o título dados aos espetáculos.3 espetáculos obrigatórios. beijão e boa noite hoje para Cabareth Stravaganza. beijão

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