“Liberdade” não é extamente um livro fácil. Não pelas mais de 600 páginas, mas, e, principalmente, porque seu autor, Jonathan Franzen, abusa de sua erudição. Lançado pela Companhia das Letras com tradução de Sérgio Flaksman, já nas primeiras páginas é possível se certificar que estamos diante de uma obra poderosíssima, com personagens e tramas surpreendentes. Diálogos cirúrgicos e certeiros.
A história traz uma família de classe média, Walter e Patty e seus dois filhos adolescentes, e o amigo deles, Richard Katz, um roqueiro que, depois de anos de ostracismo, alcança a fama ao mesmo tempo que tenta negá-la. Patty abdicou do sonho de ser jogadora de basquete para se dedicar ao casamento com Walter, um idealista que luta pelo desejo de um mundo melhor, preocupado com o meio ambiente e apaixonado por pássaros. Bonito como Franzen vai desconstruindo os sonhos de seus protagonistas, desmoronando seus mundos.
Aclamado pelo jornal The Guardian que diz que este “Liberdade” é o “livro do ano e do século”. Eu não ousaria fazer esta afirmação, embora sua leitura tenha me arrebatado, o clima me lembrou o filme “Beleza Americana” (1999), de Sam Mendes, roteirizado por Alan Ball. A questão da liberdade, o tempo todo questionada, coloca o fatídico 11 de setembro como uma personagem importante da obra. Triste e absolutamente melancólico, o livro é um impressionante retrato da classe média americana deste início do século e nos toca, especialmente, por questionar os limites de nossas escolhas e, consequentemente, de nossas liberdades.
estou lendo o franzen tb.
simplesmente sensacional.
uma aula de que contar histórias ainda possui valores como nenhum outro artifício narrativo.
sim, o cara é gênio.