O GLOBO | Tarcísio Meira e Paulo José são homenageados em mostra on-line com 83 filmes nacionais

Mais de 80 filmes nacionais clássicos e contemporâneos serão exibidos on-line no Festival Satyricine Bijou, produzido pela companhia Os Satyros. O evento, que começa nesta quarta-feira (22|) e vai o dia 29, faz parte do projeto de reabertura do tradicional Cine Bijou, em São Paulo. As transmissões acontecem pela plataforma Sympla Play e os ingressos custam a partir de R$5, disponibilizando o filme de 3 a 7 dias.

– O festival pretende lançar uma luz sobre a nova geração do cinema brasileiro e dar visibilidade às produções nacionais – destaca Rodolfo García Vázquez, que comanda a cia Os Satyros ao lado de Ivam Cabral. Os dois são também os idealizadores do Festival Satyricine Bijou.

“Hipóteses para o amor e a verdade”, de Rodolfo García Vázquez. Foto: Divulgação

Na Mostra Competitiva, serão exibidos 13 longas e 16 curtas realizados nos últimos dois anos por diretores estreantes ou que estejam em seu segundo filme. Os vencedores, que serão anunciados em live no Instagram da Cia de Teatro Os Satyros (@ossatyros) no último dia do festival, vão receber um troféu criado pela artista plástica Maria Bonomi. O júri é encabeçado pelos cineastas Silvio Tendler e Alain Fresnot.

Além da competição, o Festival conta com a Mostra do Novo Cinema Brasileiro, que traz obras de diretores que vêm se firmando no cenário nacional e internacional, como Felipe Bragança (“Um animal amarelo”), Karim Aïnouz (“Praia do Futuro”), Gabriel Mascaro (“Divino amor”) e Marco Dutra (“As boas maneiras”).

Clássicos do cinema brasileiro não ficam de fora e compõem a Mostra Memória, uma homenagem a grandes artistas que morreram durante a pandemia. O público poderá assistir a Tarcísio Meira em “A idade da Terra”, de Glauber Rocha, e Eva Wilma em “São Paulo SA”, de Luis Sérgio Person. Também serão celebrados Paulo José, Camila Amado e Sérgio Mamberti. A programação completa pode ser acessada no site do Festival Satyricine Bijou.

A primeira edição do festival homenageia a atriz e cineasta Helena Ignez. Em mais de 50 anos de carreira, a musa do Cinema Novo atuou em premiadas produções como “O padre e a moça” (1966), de Joaquim Pedro de Andrade, e “O bandido da luz vermelha” (1968), de Rogério Sganzerla, com quem foi casada. Ignez co-dirigiu ainda a sequência “Luz nas trevas – A volta do bandido da luz vermelha”, lançada em 2012.

A atriz Helena Ignez em ‘O padre e a moça’ (1965), de Joaquim Pedro de Andrade Foto: Divulgação

Reabertura da joia do cinema

O Festival Satyricine Bijou é a primeira etapa do relançamento do Cine Bijou, espaço histórico da cinefilia paulista. Entre 1962 e 1996, o local abrigou filmes do Cinema Marginal, de movimentos alternativos-experimentais, além de clássicos do Cinema Novo, sendo considerado um reduto das obras que escapavam da censura durante o regime militar.

– Foi um marco no cinema brasileiro porque, durante os anos de chumbo da ditadura, era o onde se podia assistir filmes artísticos nacionais ou internacionais que não tivessem espaço nos cinemas tradicionais. A maior parte dos cineastas paulistas ‘estudou’ no Cine Bijou. Era a forma que eles tinham de entrar em contato com essa arte – afirma García Vázquez.

* Na foto em destaque, Tarcísio Meira em cena no filme ‘A Idade da terra’, de Glauber Rocha, ao lado de Norma Bengell Foto: divulgação

Fonte: O Globo

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
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