O futuro do teatro é agora

Não, eu não queria estar ensaiando peça pela internet. Tampouco gostaria de estar trancafiado em minha casa, trabalhando feito um doido, também pela internet. Sou do coletivo, das aglomerações, sempre tive muita gente perto de mim.

Não acho nada legal fazer aulas online, também. Mas se o tempo em que vivo me impõe limitações, então o que eu faço? Lamento, choro às vezes, mas reajo sempre.

Tivemos que descobrir a telepresença e o teatro digital. Se, por ora, é nossa única opção, é com elas que seguiremos. Porque, juro, só vou chorar às vezes, sozinho no meu quarto, por três ou quatro minutos por dia. As 23 horas e 56, 57 minutos que me restarem, estarei a postos para responder a todas as dificuldades que aparecerem à minha frente.

Não é só por mim, juro. Faço tudo isso, também – e, talvez, principalmente -, em nome de tanta gente que, ao longo desses anos todos, depositaram em mim suas confianças. Com o maior amor do mundo, honrarei cada uma delas. E, se é assim, sigamos!

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
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