Selecionamos os 10 espetáculos que mais marcaram o evento que homenageou o diretor José Celso e contou com 400 obras em uma programação vibrante.
Por Alex Matheus
A cidade de São Paulo, berço de uma efervescente cena cultural, abriu as portas para mais uma edição do renomado Festival Satyrianas, um dos maiores eventos de arte da América Latina. Com sua tradição de oferecer inúmeras atrações de acesso gratuito em teatros e espaços públicos, o festival continua a atrair multidões e deixar sua marca indelével no cenário cultural da região.
Este ano, entre os dias 12 a 15 de outubro, a Satyrianas ofereceu aos espectadores 400 espetáculos teatrais, com destaque para as produções que ocorreram principalmente nos teatros da SP Escola de Teatro, no Parlapatões e no teatro dos Satyros. Além do teatro, o evento expandiu sua programação, incluindo podcasts, exposições, shows de música, performances e projeções de filmes.
Num mar de espetáculos e apresentações de alta qualidade, é justo destacar os 10 melhores que cativaram a audiência e críticos:
10º. “ÚTERO”
A performance “Útero”, criada, dirigida e interpretada por Flávia Albuquerque, explorou o poder das palavras e sua influência na definição do outro. Um mergulho profundo nas experiências de um corpo uterino que sobrevive em meio a uma sociedade permeada por preconceitos.
9º. “EU TE AMO, SOZINHA… OU QUALQUER COISA SOBRE CAFEÍNA”
A Cia. Do Nada trouxe uma peça que explora o amor, as memórias e a conexão com uma xícara de café. Um espetáculo que aborda as nuances do afeto, envolto em uma aura cafeinada.
8º. “EI MANINHA!”
Shirlei Souza, do Grupo SER de Teatro, entregou uma performance que mergulha na opressão sobre o corpo negro, revisitando os horrores da escravidão e os desafios atuais enfrentados pelas pessoas negras. Uma provocação poderosa sobre identidade e ancestralidade.
7º. “TODOS OS MUSICAIS QUE NUNCA FIZ”
Marília Lourenço ofereceu um monólogo musical divertido e crítico sobre uma atriz que enfrenta constantes rejeições nos testes de elenco. Uma reflexão satírica sobre o mundo do teatro e o constante desejo de ser aceito.
6º. “SINDELAR NO DIVÃ DO DR. FREUD”
Esta peça trouxe à vida a notável figura de Sigmund Freud e a lenda do futebol austríaco Matthias Sindelar, explorando questões como o antissemitismo, o nazismo e xenofobia.
5º. “AQUI NÃO É MOSCOU”
A Cia Grite de Teatro provocou o público ao construir um diálogo envolvente entre as obras de Anton Tchekhov, “As Três Irmãs” e “Tio Vânia”. Uma exploração das emoções humanas e inquietações pessoais por meio de personagens que ganham vida em um cenário de complexidade.
4º. “CARANDIRU”
O coletivo Alumiar recriou o ambiente do presídio para contar a trágica história do Massacre do Carandiru, misturando o Teatro Épico e Expressionista. Um mergulho angustiante na realidade das mães dos presos e dos detentos mortos na tragédia.
3º. “AS BRUXAS DE SALÉM”
A Cia Os Satyros transportou o público para o sombrio período das caças às bruxas, ao mesmo tempo que trouxe à tona a polarização da sociedade brasileira contemporânea. Um mergulho na história e na política por meio da lente de eventos históricos.
2º. “O PESO DO PÁSSARO MORTO”
A Cia. Vadabordo apresentou uma história que abrange a vida de uma mulher ao longo de décadas, repleta de singelezas cotidianas e tragédias persistentes. Um trabalho de voz e corpo emocionante que capturou a essência da experiência humana.
1º. “10 MINUTOS DE LUCIDEZ”
A Cia. Teatro Labirinto trouxe, sem dúvida, a peça que foi o grande destaque do festival. Em “10 Minutos de Lucidez”, um casal encontra a beleza na imperfeição do cotidiano. Com diálogos rápidos, imagens fortes, atuações robustas e uma narrativa poética, o espetáculo emocionou o público e provou ser uma obra-prima da cena teatral.
A Satyrianas mais uma vez se estabeleceu como um dos festivais mais relevantes da América Latina, oferecendo uma variedade de experiências artísticas que não apenas entretém, mas também provocam reflexões profundas sobre a sociedade e a condição humana. Com seu histórico de sucesso e inovação, o festival continuará a desempenhar um papel vital na cena cultural de São Paulo e do Brasil.
Fonte: Sala de Notícias