Nunca acreditei nessa onda de segredo tipo “não conte pra ninguém senão não vai dar certo”. Nunca tive medo e nunca acreditei na inveja, por exemplo. Também não acredito em maldade. Não mesmo. Acho que as pessoas têm sempre algum motivo. A psicanálise está aí para provar isso. Na essência, acredito piamente, todos os seres nascem zerados de preconceitos e hipocrisias. O problema é o contato com o outro, com o mundo do outro que transforma uma coisa em outra coisa.
Muitas das minhas conquistas foram plantadas. O que era uma hipótese remota virou realidade porque eu joguei meus sonhos para o universo. Agora, sim, estou falando em algo que acredito: energia. E aí, reconheço, existem as boas e as más. Nunca soube direito trabalhar com as más energias. E todas as vezes em que me dei mal na vida, é porque a complexidade dessas energias infestas me confundiram.
Eu já disse várias vezes que não vim ao mundo pra brincar. Aos 50 anos, acumulei muito aprendizado. Eu, especialmente, tinha tudo para ter dado errado na vida. Tenho uma origem muito difícil, de pobreza mesmo. Mas aprendi, desde muito cedo, que “Deus ajuda quem cedo madruga.” Assim, não tive muitas opções senão arregaçar as mangas e ir à luta.
Na arte, fiz tanta, mas tanta coisa. Me meti em todos os cantos, não só no teatro. Estive na dança, na ópera, no circo, nas artes plásticas, na música, na literatura. Fui pro cinema, escrevendo e atuando; pra televisão também. E só não fiz mais, não por falta de tempo, mas porque não quis.
O Paulo Autran me deu um dos conselhos mais sábios: “a história de um artista está, sobretudo, nas coisas que ele também deixou de fazer.” E acredito nisso também. Aliás, é um mantra pra mim. Quantos convites vocês imaginam que eu tenho recusado nestes anos todos?
Então, por favor, não me substimem. Eu sou uma pessoa comprometida com o meu tempo. Não estive (ou estou) próximo do poder porque quero uma “boquinha”. A minha vida já estaria resolvida se eu não acreditasse no coletivo. Sou ambicioso, aliás muito ambicioso: eu quero mudar o mundo.
Sozinho não sou nada;
mas com um sonho,
sou um exército.
Não acredito que biografia e produção artística estejam dissociadas. Nunca. A minha vida – meus atos, meu trajeto – estão conectados, são as mesmas coisas. Meu discurso é uníssono. Pratico o que acredito.
E, mais uma vez, por favor e de uma vez por todas, fiquem sabendo: Satyros e SP Escola de Teatro, administrativamente, nada têm a ver. São distritos e caminhos completamente distintos.
Enquanto o Governo do Estado de S. Paulo patrocina o projeto da SP Escola de Teatro, o maior centro de formação teatral da América Latina, que emprega centenas de pessoas e concede bolsas auxílio a quase duzentos aprendizes, o Satyros continua trabalhando com recursos módicos.
E, no Satyros – somos muitos, mais de 20 integrantes fixos e que trabalham conosco há muitos anos –, somos felizes em afirmar que nestes anos todos nunca recebemos nenhum auxílio ou investimento vindo dos governos municipal, estadual ou federal, que não fosse uma ou outra edição de algum prêmio (o Fomento, em janeiro de 2011, por exemplo).
Os cães ladram , e a caravana passa!!! Deixem que diguem ,que pensem, que falem!! o passa tempo para alguns é cuidar da vida alheia , porque delas está uma monotomia terrivel……e a luz em movimento incomoda estas pessoas…..(rs) Siga em frente Ivam !! voce e todos seus projetos são magnificos e como bem disse um dos grandes mestres do Teatro Gerald Thomas; o Satyros é o LaMama brasileiro! e quantas a essas energias negativas, invejas e etc…..isto é fantasia…..o que existe de fato é o BEM! Um grande abraço querido IVAM CABRAL!
Ivan, a vida é cheia de significados, você é um homem de muitas construções, de muita sabedoria e grande artísta, eu já trabalhei, já fui seu funcionário, e sei o quanto trabalha para realizar uma função dificil que é administrar um teatro, que vende sonhos, e sei o quanto o Satyros faz diferença na cena teatral, uam companhia sem preconceito, sempre apoiando os excluidos e dando oportunidades para novos talentos. A SP existe porque, tem você, o rodolfo e grandes nomes do teatro brasileiro, mas infelizmente em qualquer profissão sempre vai ter alguém achando que estamos sendo privilegiados. Você é um homem que faz muita coisa ao mesmo tempo, aprendiu isso com a vontade de crescer para chegar onde esta. Mas as vezes acontece coisas e ficamos perguntando o porquê? Mas uam coisa é certa você é um homem que admiro muito e qualquer artísta adoraria ficar mais tempo ao seu lado. Saiba que essa acusação é seria, mas sem fundamento. Você esta protegido contra qualquer maldição e olho gordo vindo seja la de onde for. O seu teatro é um dos mais deliciosos de se trabalhar, essa liberdade artística de produzir. TE Amo! Viva ivan cabral!
querido Ivam…às vezes não nos basta matar um leão por dia, temos ainda que mostrar o cadáver, infelizmente, porque também da podridão vive nossa sociedade…
o fato é que, por você ser honesto, acredita não ser necessário justificar seus atos diários pela simples razão de que são ações orgânicas e, como tal, verdadeiras; mas ‘eles’ querem mais, querem nos atingir no que de mais sagrado temos que é nossa reputação, nossa moral, nossos princípios norteados pela fé em acreditar que podemos mudar o mundo prá melhor à partir de uma coisa simples: o trabalho incansável e diário naquilo que acreditamos;
e de repente, ao ser atingido assim de forma tão violenta você pode pensar por um momento que as coisas estão erradas, que tem que mudar sua forma de agir e pensar mas não, não tem, ao contrário, você deve reafirmar suas ações e seguir adiante, fazendo o que sempre fez, agora com mais fé, a mesma inabalável fé de todo dia que nos encoraja à responder às agressões da vida com mais energia e mais trabalho porque é nisso que cremos e é assim que nos manteremos, em pé e de frente pro futuro porque o presente está dizendo que seus caluniadores passarão e você passarinho…voe Ivam, voe cada vez mais alto; esse é meu desejo. te amo