Danilo que me ajudou a sonhar

por Ivam Cabral

Meu primeiro encontro particular com Danilo foi agendado por ele, quando me telefonou em um dia específico:

— Quero conhecer mais sobre você e sobre o Satyros. Que tal tomarmos um café?

Isso aconteceu por volta de 2006, se não me engano. E foi assim que nos encontramos para tomar um café. Lembro-me de que naquele dia eu estava bastante nervoso e só queria descobrir o motivo que o levou a me convidar para aquela reunião.

Foi um encontro agradável, e, na realidade, Danilo não tinha um assunto específico para discutir naquele momento.

— Queria ter a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente — disse ele naquela ocasião.

Foi a partir desse encontro que começamos a compartilhar ideias e conversas. Cerca de dois anos depois, surgiu a ideia de colaborarmos em um projeto. Novamente, foi Danilo quem entrou em contato comigo. A proposta que ele apresentou era a de realizarmos algo no Sesc Paulista. Foi assim que nasceu “Liz“, a peça escrita pelo cubano Reinaldo Montero que estreou em 2009.

Nesse ponto, já estávamos planejando a criação da SP Escola de Teatro, e Danilo desempenhou o papel de consultor-chave em todos os momentos cruciais do projeto. Embora ele pudesse ter assumido um papel mais formal como nosso primeiro conselheiro, escolheu, naquele momento, estar “ao nosso lado”, como ele explicou na ocasião.

A SP Escola de Teatro foi inaugurada também em 2009, e Danilo esteve presente na festa de lançamento, irradiando seu otimismo característico.

A partir desse momento, Danilo já era um amigo próximo, e começamos a nos comunicar com frequência. Juntos, realizamos colaborações notáveis.

No entanto, foi em 2014, durante um encontro do ISPA – International Society for the Performing Arts em Bogotá, que viajei com uma missão especial. Contardo Calligaris, o presidente do conselho de administração da Adaap, a Associação dos Artistas Amigos da Praça, que gerencia a SP Escola de Teatro, soube que eu encontraria Danilo e me encarregou de convidá-lo para se juntar ao nosso conselho.

Foi assim que, na Colômbia, Danilo recebeu o convite, o qual aceitou imediatamente. A partir desse momento, começamos a compartilhar histórias extraordinárias. Danilo sempre foi muito presente e atencioso, mergulhando profundamente em nosso trabalho. Foi também nessa época que conheci Cleo Miranda, sua companheira de mais de 50 anos, e com ela, compartilhamos sonhos. Alguns se realizaram, outros ficaram para o futuro, que espero que não demore a chegar.

Danilo trouxe para nosso trabalho a importância do afeto nas relações. Mesmo nos momentos mais difíceis, quando tudo parecia desmoronar, eu guardava sua valiosa orientação:

— É possível, desde que haja humanidade.

E foi isso que aprendi com meu amigo. Todo crescimento deve ser conduzido com humanidade. Não há outro caminho. Danilo veio para nos mostrar que é possível. Agradeço imensamente por tudo!

 

Fonte: Canal FM

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