CRÍTICA: O FLERTE DO TEATRO COM A PERFORMANCE

Ivam Cabral e Cléo De Páris

por Tom Paranhos

Baseado na ideia de humanidade expandida, em que corpos e tecnologia são uma extensão, o espetáculo do grupo Os Satyros discute a relação do homem com a revolução tecnológica e suas implicações sobre a vida contemporânea. No palco, a peça utiliza recursos multimídia, internet e telefonia, numa sequência de cenas e intervenções performativas.

O diálogo do grupo com a linguagem da performance iniciado em “Hipóteses para o amor e a verdade” é agora verticalizado. “O que é corpo?” Parece ser a questão desdobrada em todas as cenas do espetáculo.

O flerte do teatro com a performance parece ser muito feliz e pertinente à pesquisa de linguagem e histórico do grupo que há anos preconiza uma ideia de corpo não neutro para a cena, um corpo que carrega e revela sua história.

Cabaret Stravaganza parece querer discutir a noção de beleza que escraviza e as possibilidades de autonomia dos individuos sobre o próprio corpo. A peça enuncia uma ruptura com estereótipos de normalidade e beleza que talvez os próprios espectadores possam carregar e/ou projetar.

Fonte: Palimpsesto de Teatro, novembro de 2011

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
Post criado 1761

2 comentários em “CRÍTICA: O FLERTE DO TEATRO COM A PERFORMANCE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts Relacionados

Comece a digitar sua pesquisa acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione ESC para cancelar.

De volta ao topo