CELEIRO DE ARTISTAS

Em seu balanço dos dois anos de curso, Raul Teixeira, coordenador de Sonoplastia, observa que foi um prazer organizar um método de ensino numa Escola de ponta, gratuita, e que ainda concede bolsas aos aprendizes. “Minha geração não teve este privilégio. Tivemos que descobrir como trabalhar de forma autodidata”, afirma ele, que acredita que o grande mérito do sistema pedagógico da Escola é, principalmente, plantar uma semente nos futuros artistas, de modo que saibam criar e argumentar a favor de seus projetos, mostrando que é possível se posicionar no mundo por meio das artes cênicas.

Chamado a ingressar na coordenação da área de Atuação, neste ano, quando chegava à Escola a segunda turma de aprendizes, o diretor Francisco Medeiros encontrou uma Escola rigorosa, que debruça olhares atentos para a formação de técnicos e artistas. “Nesta Instituição, encontrei um sistema pedagógico muito diferente de tudo o que existe por aí, não há notas, nem disciplinas. Os aprendizes se reinventam diariamente. Uma Escola antenada com os tempos atuais”, diz.

Para Joaquim Gama, coordenador pedagógico da SP Escola de Teatro, uma das missões da Instituição já foi atingida nestes seus dois primeiros anos de funcionamento. “Com estágios em teatros e companhias, muitos aprendizes conseguiram trabalhar em suas áreas de estudo. Durante estes dois primeiros anos, muitos grupos nos procuraram em busca de atores e técnicos em geral”, diz ele.

Figura icônica do teatro mundial, o diretor Eugenio Barba, que há 47 anos está à frente do Odin Teatret, fundado em Oslo, na Noruega, grupo que inspirou gerações e mais gerações de atores – que já esteve na Escola por mais de uma vez –, diz que ficou impressionado com a grandeza do prédio onde está instalada a Instituição e com a atmosfera alegre e solene do lugar. Convidado pela segunda vez para uma masterclass, que acontece nos próximos dias, ele elogiou o trabalho de Ivam Cabral à frente da Escola. “Sabendo que começou do nada, eu só tenho a admirá-lo. Seu verdadeiro desafio, agora, é manter uma dinâmica rigorosa, de improvisação, de qualidade e  compromisso profissional, objetivando personalizar para cada um dos estudantes um aprendizado”, observa Barba. Ainda falando de Ivam, Barba diz que o clima criativo de uma escola depende de seu líder, da sua capacidade de ser exigente consigo mesmo e com o grupo de mestres e colaboradores, estimulando-os diariamente.

Fonte: Site da SP Escola de Teatro, dezembro de 2011

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
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