As características específicas da sociedade brasileira, em suas desigualdades, incongruências e exclusões sociais, determinam abordagens estéticas e temas próprios, distantes de algumas das principais questões, levantadas pela pós-modernidade, de europeus ocidentais e americanos. Nesse sentido, as categorias de reflexão e percepção estética, utilizadas pela crítica teatral dos países mais avançados, são incapazes de nos ajudar […]
A ARTE DO SÉCULO XXI, UMA PEQUENA REFLEXÃO
Hoje não somos marxistas ou anarquistas. O máximo que podemos ser é politicamente corretos, fiéis à nossa “autenticidade”. Não existe mais um ideal revolucionário único que mova multidões e tudo o que podemos conhecer se restringe a imagens vazias de qualquer sentido, além daquele que comanda as nossas existências hoje: o de gerar lucro. O […]
MEYERHOLD: ALGUNS APONTAMENTOS
Meyerhold iniciou sua carreira na companhia fundada por Stanislavski e Dantchenko, o Teatro de Arte de Moscou, onde trabalhou por quatro anos, desde sua fundação em 1898. Templo do naturalismo e do realismo psicológico, o Teatro de Arte foi a grande escola de Meyerhold, que em 1902 decide percorrer caminhos próprios, fundando com Kochévérov, outro […]
SATYRICON: ALGUMAS REFLEXÕES
De Marcelo Jacob, ator da trilogia “Satyros’ Satyricon”: Ontem, um casal entrou no “Trincha” e saiu em dois minutos. Ela dizia: “Isso não é teatro! Eles podem falar o que quiserem, eu estudei teatro e isso não é teatro”. Ah, vá! Ela acha que descobriu o Brasil. Como uma pessoa, provavelmente uns 20 e poucos […]
SADE E NIETZSCHE
Acaba de sair pela Eduel, editora da Universidade Estadual de Londrina, o livro “O corpo em Sade e Nietzsche”, de Gabriel Giannattasio. Qual não foi a minha surpresa ao encontrar, logo nas primeiras páginas, uma dedicatória do autor ao trabalho dos Satyros: Agradeço ao Hélio Rebello Cardoso Jr., à Eliane Robert Moraes e ao grupo […]
ARTAUD E O RITO
Toda a produção artística de Artaud é formada apenas de rastros, vestígios, secreções. Ele nos afirma que “o teatro é sempre um ato perigoso” [1], não somente lúdico. Assim, todo o seu trabalho tem a ver com a ideia do rito. Não como cópia, mas como entrega, como se quisesse fundar na cultura esse comprometimento. […]
MEYERHOLD: A TEATRALIDADE E A DIALÉTICA DOS OPOSTOS
Para Meyerhold, tanto o encenador quanto o ator não são meros executantes automáticos de uma obra dramática. Antes, serão criadores e organizadores do espetáculo, em toda a sua multiplicidade. Para ele, o público será cúmplice do fenômeno teatral. E prioriza a relação do intérprete com o público através de jogos que possam revelar e intensificar […]
POR UM MUNDO SUSTENTÁVEL
Desde seu lançamento, em 2009, a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco adota uma série de medidas e coloca em prática ações que dialogam com as necessidades do nosso planeta e contribuem para aumentar a sustentabilidade da cidade. Entre essas iniciativas, está a adoção de várias práticas cotidianas, como […]
ANTONIN ARTAUD: O RITUAL, O CORPO E A EXPOSIÇÃO DOS ESTADOS
A cineasta e ensaísta Susan Sontag diz em seu artigo “Abordando Artaud” [1], publicado no Brasil no livro Sob o signo de Saturno, que Artaud é o mais visceral e sincero de todos os modernistas, mas que, ao tornar-se “clássico”, seu impacto teria sido “neutralizado”. Antonin Artaud (1896-1948) escreveu compulsivamente. Suas obras completas estão hoje […]
ALGUNS CAMINHOS CIENTÍFICOS QUE SE ABREM PARA O TREINAMENTO DO ATOR
Alguns dos grandes avanços realizados por Stanislavski na compreensão dos mecanismos de preparação do ator deram-se devido ao estudo da – então revolucionária e jovem – teoria freudiana e da aplicação de exercícios práticos que a ratificavam. Princípios propostos no Teatro da Crueldade de Artaud, por exemplo, também estão amplamente fundamentados nas teorias psicanalíticas. Toda […]