Já falei aqui, inúmeras vezes, da minha tristeza toda vez que fico sabendo que um teatro ou algum espaço cultural está ameaçado. Escolas também. Inclusive, nós, Satyros, já impedimos que uma escola da Vila Madalena fechasse suas portas. Mas sobre isso eu falarei em um outro post.
Há cerca de uns cinco anos, conhecemos o promotor público Mauricio Ribeiro. Na época, ele trabalhava na área da Habitação e Urbanismo do Ministério Público. Foi ele quem entrou em contato conosco porque soube que Os Satyros passavam por graves problemas financeiros. Curiosa e ironicamente, nunca conseguimos apoio contínuo vindo desta relação. Mas foi fundamental na vida de muita gente.
Maurício tinha boas intenções. Através de Termos de Ajustamento de Conduta (os TACs), pedia responsabilidade social às construtoras. Algo assim: partindo da ideia de que essas corporações precisam assumir para si a importância da cultura na vida da cidade, o promotor chamaria essas empresas para que, juntamente com os artistas, pudessem desenvolver programas de trabalho para os entornos de seus empreendimentos. A ideia toda partiu do promotor, mas as articulações com a classe teatral foi dos Satyros.
Assim, definimos: a partir da compreensão de que a grande dificuldade dos coletivos teatrais que mantêm espaços na cidade é o pagamento dos alugueis destes imóveis, negociaríamos com grandes construtoras apoios que resolvessem, ainda que temporariamente, esta questão.
Então, foi assim que, por nossa decisão e indicação direta, Maurício se aproximou da direção do Studio Heleny Guariba, na Praça Roosevelt, e conseguiu um apoio para o teatro, para cobrir alugueis e despesas mínimas do espaço, por um período longo, mais de um ano.
Os Satyros sempre comemoraram com muita alegria cada um dos bons resultados que esse encontro com o promotor público resultou. E esta não foi a única ação dos Satyros em defesa dos teatros independentes de São Paulo. Há muitas outras e, aos poucos, vou relatando por aqui.
