Javier Arancibia Contreras, nascido em 1976, é um dos grandes nomes da literatura brasileira hoje. Ex-repórter policial, escreveu “Imóbile” (7 Letras), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura. Em 2012, foi escolhido pela revista Granta como um dos vinte melhores jovens escritores brasileiros.
“Crocodilo”, lançado no ano passado, é um livro que fala de suicídio. Seu narrador, Ruy, tem 70 anos, é jornalista e editor de um grande jornal e casado com Marta, uma ex-editora de livros.
A história começa quando o filho do casal, Pedro, jovem e promissor documentarista se suicida pulando do 11º andar de seu apartamento, aos 28 anos.
A violência do ocorrido vai despertar em Ruy o desespero para saber os motivos que levaram o filho a cometer tal ato e transformar pra sempre sua vida, até ali apática e um tanto enfadonha.
Tudo acontece em sete dias, entre a morte e a missa de sétimo dia de Pedro, e o luto é o grande motor do livro.
Enquanto Ruy vai falar com as pessoas que circundavam o filho, vai se lembrando de sua vida desde o início do casamento com Marta, dez anos mais jovem que ele, até a gravidez de Pedro e sua incerteza da paternidade naquele momento.
Movido pela dor, Ruy vai entender, enfim, o quanto sabia pouco do filho. Afinal, a verdade estará pra sempre com quem partiu e a culpa jamais terá clareza sobre isso.
Enquanto caminha nas investigações, nosso narrador se aproxima de sua própria história.
Eu, neste momento, não sou mais pai de ninguém. A morte de Pedro significa também a minha morte como pai, irá se certificar.
Preparem-se para o capítulo final do livro. Comovente, é um dos finais mais bonitos que li nos últimos tempos.
Crocodilo
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Javier Arancibia Contreras
Companhia das Letras