Parelheiros é um pequeno paraíso. Vivo aqui numa casa com muitas árvores e pássaros e macacos e animais de muitas espécies. O bairro da zona sul de São Paulo é todo recortado por nascentes de água e delimitado pela represas Guarapiranga e Billings. Por aqui, os últimos respiros da Mata Atlântica em terrenos urbanos.
Sou bastante apaixonado pelo bairro, que tem muitas cachoeiras e lugares incríveis, como um borboletário, o Solo Sagrado, a área de proteção Capivari-Monos e Ilha do Bororé-Colônia. Por aqui também se localiza aldeia indígena guarani Krukutu. O bairro também é cortado por uma ferrovia de escoamento da produção agrícola ao porto de Santos.
Apesar das restrições impostas pela legislação ambiental, a região, infelizmente, apresenta urbanização intensa e desordenada, com parte da população residindo de forma precária e sérios impactos sobre os processos naturais de produção de água, devido à impermeabilização do solo, ao desmatamento, ao despejo de esgotos e ao assoreamento dos corpos d’água.
Li certa vez que pesquisas da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados indicava que o risco de um cidadão entre 15 e 24 anos de morrer é 21 vezes maior em Parelheiros do que em Pinheiros, e que o bairro apresenta a maior população jovem da cidade.
A impressão que eu tenho, quando caminho pelo bairro – que é enorme, em área é o maior do município de São Paulo – é de que precisarão de muitas, muitas gerações para que se corrija o que tem acontecido por aqui há muitos anos. Dois exemplos graves: só recentemente o bairro ganhou um hospital, inaugurado em janeiro; e, cerca de dois ou três anos, recebeu uma agência bancária.
De transportes públicos, da Praça da Sé, leva-se cerca de três horas para se chegar até o centro do bairro. Quem tem mais dinheiro consegue diminuir esse tempo para duas horas, se utilizar metrô, trem e dois ônibus.
O bairro reúne ares de interior. Por isso vale muito a pena uma visita por aqui. Uns anos atrás a prefeitura inaugurou o Polo de Ecoturismo de Parelheiros, para promover iniciativas de infraestrutura e turismo na região.
Cinco programas imperdíveis em Parelheiros
Sítio Paiquerê
Uma área verde de 150 mil m2 às margens da represa Billings, na Ilha do Bororé, abriga este delicioso sítio aberto, voltado para o lazer e a sustentabilidade. Por lá é possível curtir a natureza, piscinas, fazer trilhas e ainda visitar o impressionante ninhal das garças, onde nascem os filhotes das aves, entre março e outubro. O Sítio Paiquerê tem também uma incrível horta orgânica, de onde saem os alimentos para um delicioso almoço natural oferecido no local.
Centro Paulus
Um hotel com proposta sustentável recebe hóspedes e grupos que visitam a região. Cercado pelo verde da Mata Atlântica, ao lado do Parque Natural Municipal Itaim, o Centro Paulus é mais do que uma hospedagem, mas também um convite para o relaxamento e a integração com a natureza. Criado em 1981 para a formação do Ser Humano e da sua ação no mundo com base na Antroposofia, o Centro Paulus se transformou em um hotel, albergue e uma galeria de arte, que tem hoje como sócios moradores locais.
Casa Ecoativa
Localizada dentro da APA – Bororé-Colônia, na Ilha do Bororé, a Casa Ecoativa é um centro eco-cultural que, há 20 anos, promove atividades culturais e de agroecologia com o objetivo de promover a preservação da cultura e da biodiversidade locais. A iniciativa, idealizada pelos próprios moradores da região de Parelheiros, fica sediada em uma linda casa construída em 1904 e tombada pelo patrimônio histórico da cidade de São Paulo. Saraus, exposições, vivências, palestras e oficinas acontecem a todo momento.
Trilhas no Pólo de Ecoturismo de Parelheiros
Para quem ama trilhas e caminhadas, o Núcleo Curutu oferece três opções de trilhas no Parque Estadual da Serra do Mar. Elas têm de 600 m a 8,2 km e são feitas com agendamento e acompanhamento de guias. Levam para cachoeiras ou então para algumas incríveis paisagens do parque, que é a maior Unidade de Conservação de toda a Mata Atlântica.
Fazenda Maravilha
Com boas opções de trilha e visita às cachoeiras do Sagui, do Oásis e do Fornão, todas com bons locais para banho. A fazenda oferece estacionamento, banheiros e local para piquenique mediante o pagamento de taxa de acesso, sendo necessário agendar sua visita antes. Todas as trilhas são fáceis, não é obrigatória a presença de guias.
* com Wikipedia, Guia da Semana e Vivejar
Olá Ivan conheço Parelheiros e não imaginava que tão grande assim.Eu ajudei a construir o Solo Sagrado.Fui da igreja Messiânica desde 1966 até 1999 mais ou menos.Todos os domingos passávamos por aí. Um grande abraço.
que bom saber disso, jô. mesmo as pessoas que vivem em sao paulo não conhecem parelheiros… minha casa é do lado do solo sagrado, bem pertinho.
Que lindo esse lugar, poxa que pena essa invasão.
muito triste o que estamos fazendo com as nossas florestas…