TECNOLOGIA | Peça teatral com inteligência artificial questiona o futuro da humanidade

O grupo teatral Os Satyros estreia, em São Paulo, uma peça que leva a inteligência artificial para o centro da cena, substituindo atores por avatares que interagem com o público em tempo real. “Peça Para Salvar o Mundo” é uma experiência cênica inédita que propõe um diálogo direto entre arte e tecnologia, abordando temas urgentes como mudanças climáticas, conflitos armados e intolerância social.

A montagem marca mais uma etapa da pesquisa em teatro ciborgue conduzida pela companhia. Com dramaturgia de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, e direção de Vázquez, a peça é resultado de uma coprodução com a Circulus Opera e conta com recursos de redes neurais, manipulação digital ao vivo e elementos de interatividade baseados em IA generativa.

 

Avatares, interação e o papel da inteligência artificial no palco

Na encenação, não há presença física de atores. Quem conduz o espetáculo é um avatar programado para aprender e sentir, operado remotamente pela atriz Mariana Leme e pelo designer de IA Thiago Capella. A máquina, protagonista da narrativa, busca informações do público para criar estratégias contra a autodestruição da humanidade. O enredo se desdobra em tempo real a partir de conversas com espectadores dispostos a participar.

A proposta é investigativa: Os Satyros testam os limites da dramaturgia tradicional e apostam na tecnologia como extensão do fazer teatral. Para Vázquez, “não se trata de substituir o humano, mas de entender como o teatro pode se reinventar diante das transformações tecnológicas que moldam a sociedade contemporânea”.

A iniciativa é também parte do curso ministrado por Vázquez na Alemanha, na prestigiada Ernst Busch – principal escola de teatro do país –, e integra um movimento internacional que discute o futuro das artes cênicas.

 

Espetáculo propõe uma reflexão sobre o futuro da arte, da tecnologia e da própria humanidade

Estamos caminhando para um futuro em que o teatro deixará de ser humano para se tornar apenas tecnológico? Se o teatro sempre refletiu seu tempo, o que ele diz hoje sobre a forma como convivemos com a tecnologia? E ainda vou mais longe: se uma inteligência artificial pode protagonizar uma peça sobre salvar o mundo, quem está realmente no controle da história?

Talvez as respostas para essas — e outras — perguntas você encontre ao assistir à peça. E, se não encontrar uma resposta direta, poderá encontrar algo ainda mais valioso: o desconforto para refletir, o espelho que a arte sempre nos oferece e a dúvida que move tanto a ciência quanto o teatro. Afinal, entre algoritmos e emoções, quem dita o rumo da narrativa somos nós — ou será que não?

 

Sobre a peça e temporada

“Peça Para Salvar o Mundo” estreou em ensaio aberto no dia 6 de abril e segue em temporada de 23 de abril a 29 de maio, às quartas e quintas-feiras, às 20h30, no Espaço dos Satyros (Praça Roosevelt, 214, Consolação). O espetáculo tem duração de 70 minutos e classificação etária de 14 anos.

 

Fonte: Mais Minas

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