SOMEONE LIKE HER

Adele, a cantora britânica, já surgiu fazendo barulho. Seu primeiro disco, “19”, de 2008, recebeu o Prêmio British Record Industry Trust, foi nomeado pelos críticos da BBC, além de faturar dois Grammys. Consequentemente,  dominou as paradas de sucesso nos EUA e Reino Unido e o single “Rolling In The Deep” caiu na boca do mundo.

Mas, antes, a moça já era um fenômeno na Internet. Seu canal no MySpace, em 2006, foi um dos mais acessados da época. Aliás, surgiu dali o convite para que a cantora fechasse seu primeiro contrato com uma grande gravadora.

Cantora e compositora de Soul Music, Adele é dona de uma voz potente, autoritária e incontestável. Com atitude gente que sabe o que faz, suas interpretações nos remetem às mais poderosas divas da Motown.

Nascida em 1988, tem dois discos gravados, “19” e “21. Ambos levam como título a idade da cantora quando realizou a gravação do álbum. Falemos sobre “21”, lançado no início do ano passado.

Confesso que meu exemplar está prestes a furar. O disco tem rondado os meus dias em execuções incansáveis, do primeiro ao último track. Mas, como já era de se esperar, há sempre aquela preferida.

No meu caso, são duas. A primeira, “Lovesong”, é uma versão incrível de uma música pela qual eu já era apaixonado. Originalmente gravada pelo The Cure, em 1989, a canção serviu de trilha sonora para muitas de minhas andanças.

Agora, com Adele, ganhamos uma versão inspiradíssima e, ouso dizer, não deixa nada a desejar à gravação original da quarta faixa de “Disintegration”, o álbum de uma de minhas bandas preferidas de sempre.

A segunda, porém não menos importante (não mesmo!), é “Someone Like You”.

Li algumas coisas por aí que Adele tem o poder de fazer qualquer marmanjo chorar. Duvide se quiser, mas eu acredito nesta afirmação. A música, que conta a fossa gigante em que se encontra uma pessoa apaixonada que descobre que seu amor encontrou outro alguém e agora vai se casar, emociona e muito.

Adele tem o tom de embargar a voz quando quer e canta como quem não vai conseguir terminar o verso e cair em prantos, mas não esmorece. Esse artifício, meus amigos, põe de joelhos qualquer um que se proponha a ouvir o hit. Afinal, quem nunca sofreu por amor?

Adele mistura tradição com modernidade – é o novo que remete ao velho. Tem qualidade, juventude, emoção e muito talento. “21” é viciantemente melancólico (ou melancolicamente viciante). Acho mesmo que este meu CD logo vai ficar gasto. Ou, não me assustaria se meus aparelhos de música memorizassem as canções e começassem a executá-las sozinhos, mesmo sem o disco.

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
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