Reconhecido centro de formação em artes cênicas, a Escola Livre de Santo André (ELT), criada em 1990 por Maria Thais e Celso Frateschi, se estruturou como referência na sistematização de uma pedagogia teatral exemplar e única.
Inspiradora direta do Projeto Político-Pedagógico da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, pela ELT tem passado, ao longo dos anos, os grandes nomes do pensamento e da formação teatral contemporânea.
Assim, foi com um misto de surpresa e tristeza que ficamos sabendo de seu fechamento.
Cada vez que uma instituição de ensino – e, neste caso, na melhor acepção da palavra – é fechada, perdemos todos. O investimento intelectual aplicado nesses 20 anos de existência do projeto, maior até que o financeiro, se esvai num corte seco.
Propostas e projetos que levaram anos para serem construídos e/ou formatados são simplesmente desconsiderados; discussões e pesquisas que poderiam alimentar toda uma geração ávida por compartilhar saberes são desprezados. Novamente, perdemos todos.
E quando olhamos para tudo isso e nos calamos, perdemos mais. Perdemos, inclusive, a oportunidade de dizer que não entendemos, não concordamos e consideramos um verdadeiro desrespeito para com a cultura o fechamento da ELT, principalmente sem um diálogo anterior.