De Marcelo Jacob, ator da trilogia “Satyros’ Satyricon”:
Ontem, um casal entrou no “Trincha” e saiu em dois minutos. Ela dizia: “Isso não é teatro! Eles podem falar o que quiserem, eu estudei teatro e isso não é teatro”. Ah, vá! Ela acha que descobriu o Brasil. Como uma pessoa, provavelmente uns 20 e poucos anos, sabe o que é teatro? Espero nunca saber, não tenho a mínima ideia do que seja teatro! Como ela pode se achar “artista” com uma cabeça tão fechada? Tão fechada que descobriu o que todos já sabíamos e ficou indignada.
De Flavio Alves, espectador, publicado em seu perfil no Facebook:
Assisti a uma peça de teatro no Satyros chamada “Trincha” e outra, que faz parte da trilogia, chamada “Suburra”. Bem, me desculpem a franqueza, mas vou ao teatro mais para ver mulher nua e putaria e, se o espetáculo for muito bom, presto alguma atenção na história.
Em “Suburra” e “Trincha” não há história, pelo menos linear. A peça é composta por cenas fragmentadas, como via de regra é a proposta Satyriana de fazer teatro. Inclusive o espaço é fragmentado, os atores ocupam o espaço todo e o público pode se movimentar livremente.
A peça é itinerante. A proposta do espetáculo é uma festa de escravos ou algo assim. Procura passar a mensagem que hoje ainda somos escravos apesar de livres: “aproveite a festa de hoje pois segunda-feira você será obrigado a sentar sua bunda contratada na cadeira de algum escritório” – diz em certo momento um dos personagens.
“Trincha” é um apanhado de performances espalhadas – troque o segredo por um copo de vinho (barato) – oferece a loirinha. E “Suburra” é uma festa psicoldélica.
O que chama a atenção é a criatividade do grupo com elementos, cores, música e formas interagindo com atores e público. Além de belos peitos e bundas femininos expostos.
Nada representa melhor a liberdade do que uma boa putaria.