por Miguel Arcanjo Prado
Solo do ator Ivam Cabral, a peça Todos os Sonhos do Mundo começa temporada online nesta sexta (27), Dia Mundial do Teatro, com sessões de sexta a domingo, às 21h. A obra aborda a própria vida do artista fundador da Cia. de Teatro Os Satyros, sob direção de Rodolfo García Vázquez, abordando o tema da depressão. O ator espera com sua lição de vida ajudar as pessoas que estão confinadas em suas casas a superarem a tensão da quarentena e do isolamento social.
A ideia da temporada online surgiu após uma bem-sucedida apresentação informal pelo Instagram na última sexta-feira (20), quando mais de 600 pessoas assistiram à peça no instagram @ivam_cabral e que agora também estará disponível no canal do Satyros no Youtube.
“Nessa apresentação que fizemos na sexta-feira, chegamos a 600 espectadores assistindo online simultaneamente. Tinha gente dos Estados Unidos, de Cabo Verde, Portugal, da França, Itália, Finlândia e Suécia. Fiquei muito comovido com tudo que aconteceu, pela mobilização, interesse e necessidade das pessoas nesse período complicado. Recebi muitas mensagens de agradecimentos e decidi que entraríamos em cartaz novamente, desta vez online, transmitindo da minha casa”, diz Ivam Cabral.
Com a crise provocada pelo novo coronavírus e a subsequente pandemia, o tour mundial que o monólogo faria por Suécia, Finlândia, Espanha e Portugal, nos próximos meses, foi cancelado. A companhia, contudo, decidiu não parar. “Mais uma vez, como em tantos outros períodos históricos, a arte revela-se ainda mais imprescindível do que se imagina, por sua capacidade de levar alento, entretenimento, reflexão e, sobretudo, humanidade às pessoas”, afirma o diretor Rodolfo García Vázquez, que fez a concepção da peça de 60 minutos ao lado de Ivam Cabral.
Os principais temas abordados no espetáculo são justamente a enfermidade, o luto, a depressão e as diversas formas de sociabilidade (imbuída de todas as suas complexidades, como preconceitos e exclusão, por exemplo), “tornando a montagem ainda mais urgente neste período crítico da história humana”, segundo os artistas.
Fonte: UOL, Blog do Miguel Arcanjo