PRÊMIO | Em sua 15ª edição, Prêmio APTR destaca o teatro realizado no ambiente digital

Após um ano marcado por teatros fechados e pela internet se transformando na principal ferramenta de contato entre asrtistas e público, a 15ª do Prêmio APTR destaca a produção realizada em ambiente virtual. A cerimônia será realizada nesta quinta, às 20h, transmitida direto do Galpão Gamboa pelo canal da APTR no YouTube e seus perfis no Instagram e no Facebook. Pela primeira vez, os indicados serão nacionais, e não só do Rio, selecionados entre 140 projetos inscritos.

As categorias também foram modificadas para contemplar a produção formatada para o on-line: as nomeações se dividem entre espetáculos inéditos (transmitido ao vivo ou gravado e editado) e adaptados (apresentado anteriormente de forma presencial e levado à internet, seja por transmissão ao vivo ou editado), além da premiação Especial e Jovem Talento. Presidente da APTR, o produtor Eduardo Barata acredita que a premiação terá um olhar mais plural, valorizando o meio que manteve o teatro vivo durante a pandemia.

— Mesmo reconhecendo o teatro como algo que se dá na relação presencial entre atores e plateia, o digital foi um veículo para várias expressões teatrais neste período — observa Barata. — Por muito tempo imaginamos estratégias de formação de público, e agora vemos espetáculos com plateias de várias partes do país, inclusive em cidades onde não há teatro físico. Mesmo no pós-pandemia, é um caminho sem volta.

Como no ano passado, a premiação será transmitida do Galpão Gamboa, mas terá como apresentadores os atores Marco Nanini e Renata Sorrah, sem a presença de público. Este ano, o evento terá partes ao vivo e algumas pré-gravadas, para evitar ao máximo problemas com os links de internet, como explica o diretor Fernando Libonati.

— Aprendemos muito na prática do ano passado para cá, tanto na questão da transmissão on-line quanto dos protocolos de segurança para quem está ao vivo. Esta mistura com o pré-gravado garante a qualidade e a emoção dos principais momentos da cerimônia — destaca Libonati, para quem era fundamental manter o prêmio este ano. — O teatro na internet foi uma demonstração de resistência e de criatividade num momento tão adverso. Espero que os indicados aumentem em 2022, ainda mais com tantas produções contempladas com a Lei Aldir Blanc.

Para Barata, o prêmio consolida a presença da APTR (criada como Associação de Produtores de Teatro do Rio, há 18 anos) como uma entidade nacional:

— A APTR surgiu num contexto de defesa da classe e da Lei Rouanet, mas se tornou uma interlocutora importante da cultura com o meio político e a sociedade. Ela teve uma grande contribuição inclusive na forma como o produtor passou a fazer parte integral do processo criativo e artístico dos espetáculos.

O júri da premiação é formado por Beatriz Radunsky, Carmen Luz, Lionel Fischer, Macksen Luiz, Tania Brandão, Wagner Correa, o crítico de O GLOBO Daniel Schenker e pela comissão organizadora do prêmio (Bianca de Felippes, Gaby de Saboya, Eduardo Barata, Márcia Dias, Maria Angela Menezes, Maria Siman, Marta Paret, Norma Thir). Nesta edição, serão hemenageados oito personalidades e coletivos: as atrizes Camila Amado e Lea Garcia, o diretor José Celso Martinez Corrêa, o diretor do Sesc-SP Danilo Santos Miranda; Cia. As Travestidas (CE); Cia. Clowns de Shakespeare (RN); Bando de Teatro Olodum (BA) e Cia. Marginal (RJ).

Veja a lista completa dos indicados:

Espetáculos inéditos ao vivo

  • “A arte de encarar o medo” (São Paulo) — Os Satyros. Direção: Rodolfo García Vázquez
  • “Jacksons do Pandeiro” (Rio) — Direção: Duda Maia
  • “Parece loucura mas há método” (Rio) — Grupo Armazém Companhia de Teatro. Direção: Paulo de Moraes
  • “O pior de mim” (Rio) — Direção: Rodrigo Portella
  • “Tudo que brilha no escuro” (Rio) — Cia Polifônica. Direção: Luiz Felipe Reis
  • “Tudo que coube numa VHS” (Recife) — Grupo Magiluth. Direção: Giordano Castro

Espetáculos inéditos editados

  • “O astronauta (Rio) — Direção: José Luiz Jr.
  • ” Figo” (Rio) — Direção: César Augusto
  • “Kabaré online” (Rio) — Cia dos Atores. Direção: César Augusto e Marcelo Olinto
  • “Sigo de volta” (São Paulo) — Direção: Letícia Cannavale e Erik Vesch
  • “Terças Pretas — O Negro em estado de representação” (Recife) — Grupo O Poste Soluções Luminosas. Direção: Samuel Santos

Espetáculos adaptados ao vivo

  • “Contrações” (São Paulo) — Grupo 3 de Teatro. Direção: Grace Passô
  • “Joana de Gota Dágua a seco” (Rio) — Direção: Andre Curti e Artur Luanda Ribeiro (Cie Dos à Deux)
  • “Mata teu pai” (Rio) — Cia OmondÉ. Direção: Inez Viana
  • “Negra palavra / Solano Trindade” (Rio) — Coletivo Preto e Companhia de Teatro Íntimo. Direção: Orlando Caldeira e Renato Farias
  • “Osmarina Pernambuco não consegue esquecer — Uma palestra performance” (Rio) — Direção: Keli Freitas
  • “Tudo ao contrário — A Cena em prol da vida” (Rio) — Direção: João Fonseca

Espetáculo adaptado editado

  • “Farol de Neblina” (Belo Horizonte) — Direção: Yara de Novaes
  • “Habite-me: teatro de máscaras, dança e bonecos” ( RJ/RS) — Cia 4 produções/ Brasil e Territoire 80/ Canadá. Direção: Paulo Balardim
  • “O som e a fúria — Um estudo sobre o trágico” (Rio) — Definitiva Cia de Teatro. Direção: Jefferson Almeida
  • “Processo Julius Caesar” (Rio) — Cia dos Atores Direção: Rafael Gomes
  • “Vida seca ( Navegantes – SC) — Cia Manipuladora de Formas Etc I Tal — Direção: Max Reinert

Jovem Talento —Troféu Manuela Pinto Guimarães

  • Elenco de “Negra Palavra — Solano Trindade” (Rio)
  • Elenco de “Sigo de volta” (São Paulo)
  • Giullia Bertoli por “A lista” ( Rio)
  • Luiza Loroza por “Jacksons do Pandeiro” (Rio)
  • Nina Denobile Rodrigues por “A arte de encarar o medo” (São Paulo)

Prêmio Especial

  • Grupo Magiluth (Recife) — Pela inovação na utilização de múltiplas plataformas digitais na proximidade na relação entre atores e público, nos espetáculos “Tudo que coube numa VHS” e “Todas as histórias possíveis”
  • Fabio Porchat (Rio) — Pelo Prêrmio de Humor e por diversas iniciativas em favor dos trabalhadores de teatro
  • Festival FETEAG (Festival de Teatro do Agreste – Caruaru – PE) — Por ser um festival conectado com mundo a partir do interior de Pernambuco
  • Grupo O Poste Soluções Luminosas (Recife) — Pelo trabalho em “Terças Pretas, o negro em estado de representação”
  • Teatro da Vertigem (São Paulo) — Pela contundência simbólica e a reverberação da performance, a partir do Basil pandêmico, com a colaboração de Nuno Ramos e Eryk Rocha.
  • Projeto Teatro em Movimento Digital (Belo Horizonte) — Pela qualidade e diversidade dos trabalhos apresentados nas plataformas digitais

    Na foto em destaque, a atriz Camila Amado, que morreu em junho, aos 82 anos, é uma das homenageadas do Prêmio APTR Foto: Fabio Rebelo / Agência O Globo

Fonte: O Globo

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
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