Sem contar que não posso fazer de conta que não estou vendo o que, também, está acontecendo na janela ao lado da minha. Meus colegas de profissão estão sofrendo. E não é tão somente pela falta de itens básicos de sobrevivência, em suas despensas. Sofrem pela humilhação também. Então eu sofro junto, não tem como fazer de conta que não é comigo.
Daí tem o meu Satyros querido. Chegamos a 31 anos de trabalho contínuo, árduo e sem trégua. Aguentando os trancos habituais do dia a dia. Somos muitos, muitos mesmo. E a nossa dignidade, onde fica? Porque, sabemos, não voltaremos à cena neste ano. Com muita, muita sorte, talvez, em algum momento do ano que vem. E o que faremos enquanto isso?
Por isso choro.
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