📘 Dossiê de Críticas Suecas
Snön i Brasilien – Anna du kan väl stanna
de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
Darling Desperados — Unga Klara, Estocolmo
⭐ 1. Dagens Nyheter (DN)
Autora: Maina Arvas — uma das críticas de teatro mais respeitadas da Suécia
Título: “Darling Desperados återuppstår med en hyllning till sig själva”
(“Darling Desperados renascem com uma homenagem a si mesmos”)
Síntese da crítica
A crítica do Dagens Nyheter apresenta a peça como um retorno luminoso de um dos grupos icônicos da cena sueca dos anos 80 e 90. Maina Arvas enxerga o espetáculo como um gesto artístico de autorrevisitação sensível, mas feito com humor, afeto e maturidade. Ela destaca:
- o caráter confessional e autobiográfico da dramaturgia,
- a maneira como o espetáculo equilibra melancolia e esperança,
- a força da “memória performada” como uma maneira de resistir às forças sociais atuais,
- e o vínculo especial entre São Paulo e Estocolmo, que ela afirma estar “produtivo e vivo como nunca”.
O que a crítica sublinha
- que a peça é uma celebração da história do grupo, mas sem nostalgia fácil;
- que há uma profundidade emocional rara;
- que o encontro com Os Satyros deu ao espetáculo uma camada internacional e política;
- que o trabalho é “um teatro que pulsa”.
⭐ 2. Svenska Dagbladet (SvD)
Autor: Lars Ring — crítico sênior, um dos mais influentes da imprensa sueca
Título: “Staffan Göthe underbar i bitterljuv artistsaga”
(“Staffan Göthe maravilhoso em um conto agridoce sobre artistas”)
Síntese da crítica
A crítica do Svenska Dagbladet é altamente elogiosa. Lars Ring vê o espetáculo como uma fábula de artistas, onde a vida inteira passa em revista — a glória, o fracasso, o amor, a solidão, o desejo de ser visto.
Ele destaca:
- o papel magistral de Staffan Göthe,
- a encenação como “göthesca” — isto é, com a marca da poética melancólica e lírica associada ao dramaturgo/ator,
- a estrutura de varieté existencial,
- a musicalidade da cena,
- o diálogo forte entre Fellini, teatro físico e o humor absurdo.
O que a crítica enfatiza
Para Ring, a peça tem:
- beleza,
- inteligência sensível,
- uma leveza profunda que emociona.
E conclui que a volta da Darling Desperados é uma das experiências teatrais mais significativas do ano.
⭐ 3. Sydsvenskan (Malmö)
Autora: Boel Gerell
Título: “Nittiotalets teatermagi gör comeback med Darling Desperados”
(“A magia teatral dos anos 90 faz um retorno com a Darling Desperados”)
Síntese da crítica
Publicada na temporada anterior (em Malmö), essa crítica enxerga a peça como um renascimento da poética históricado grupo — sem perder frescor, sem parecer um reencontro da velhice, mas um gesto de reinvenção.
A crítica destaca:
- a força visual,
- a teatralidade “à moda Fellini”,
- a dramaturgia íntima,
- a delicadeza com que o espetáculo trata do tempo, da memória e da criação.
Ela chega a dizer que há algo de quase mágico nesse retorno.
⭐ 4. Scenpass Stockholm
Matéria de apresentação
Título: “Darling Desperados gästar Unga Klara”
Conteúdo
Apresenta o espetáculo aos assinantes da associação, reforçando:
- a relação entre as irmãs Anna e Jonna,
- o passado circense,
- o trauma familiar,
- as cartas vindas do Brasil,
- e a força da encenação que mistura teatro, música e imagens de memória.
É um texto de serviço, mas com tom elogioso.
⭐ 5. QX.se (portal LGBTQ+ sueco)
Matéria cultural especial
O que destacam
- o retorno de Bengt Braskered à companhia,
- a importância da parceria Brasil–Suécia,
- o caráter afetivo do espetáculo,
- a dimensão queer da história da companhia, vista com carinho e respeito.
📜 Trechos traduzidos (permitidos)
(Em tradução livre para preservar estilo e cadência)
DN (Maina Arvas)
“É como se a Darling Desperados abrisse um álbum de lembranças no palco — mas, em vez de nostalgia, encontramos vitalidade. A peça de Cabral e García Vázquez é uma celebração do fazer teatral como ato de resistência.”
SvD (Lars Ring)
“Staffan Göthe está maravilhoso nesta fábula agridoce sobre artistas e irmãs, saudade e sonho. O espetáculo é göthesco em sua melancolia luminosa, mas ao mesmo tempo novo, quente, vivo.”
Sydsvenskan (Boel Gerell)
“A magia teatral dos anos 90 retorna, mas rejuvenescida. ‘Snön i Brasilien’ é um teatro que respira memória, mas vive no presente.”
🌍 Síntese final do dossiê
A recepção da imprensa sueca foi muito positiva e destaca três elementos centrais do espetáculo:
🔹 1. O reencontro histórico da Darling Desperados com sua própria memória
Mas sem nostalgia — com vigor renovado.
🔹 2. A força da dramaturgia de Cabral e García Vázquez
Vista como poética, delicada, política, atravessada por memória e reinvenção.
🔹 3. A potência emocional do elenco e o estilo da encenação
Mistura de Fellini, humor, teatro físico, música, melancolia e beleza.
O conjunto de críticas e matérias coloca o espetáculo como um evento importante da temporada teatral de Estocolmo.
