Eu conheci o Rodolfo 34 anos atrás, em 1989. Eu tinha 25 anos, ele 26. Sempre estivemos juntos em tudo. Mas passamos, também, muito tempo nos dividindo em mais de um endereço. Tivemos apartamentos em Lisboa e Curitiba, ao mesmo tempo. Em Berlim, Curitiba e São Paulo, também. Em Curitiba e São Paulo, noutras épocas.
Nos últimos tempos, Rodolfo começou a coordenar a MT Escola de Teatro, em Mato Grosso. Então, suas viagens a Cuiabá sempre foram muito frequentes.
Rodolfo também dá muita aula fora do Brasil. É professor convidado da Escola de Teatro e Cinema de Estocolmo, na Suécia; e da Escola de Teatro de Helsinque, na Finlândia. Também orienta alunos de mestrado e sua primeira orientanda veio da Islândia.
O cara tem uma inteligência bem acima da média. Fala um monte de línguas. Espanhol é sua língua materna. Depois veio o inglês, o francês, o italiano. Aprendeu alemão num desses livros “Aprenda Alemão sem Mestre em 30 Dias”.
Rodolfo é super premiado. Recebeu no Brasil as mais importantes condecorações. Shell, APCA, Governador do Estado, Qualidade Brasil, Aplauso Brasil, Prêmio Arcanjo, todos estes troféus, o Rodolfo tem. E vários prêmios internacionais também. Em Cuba, Estados Unidos, Reino Unido, China, Quênia, Índia, dentre tantos, Rodolfo já foi premiado. Um orgulho!
Pensa em uma pessoa generosa. É o Rodolfo. Porque está sempre de braços abertos para acolher, para conversar, para pegar no colo. É o maior mão aberta do mundo inteirinho. Para ele, sempre cabe mais um no Satyros, em suas aulas na SP Escola de Teatro e em casa. Sim, de vez em quando aparece um agregado que mora em casa por um tempo.
Viver com o Rodolfo é conviver com alegria o tempo todo. Mas, tendo que conviver com um ser deprimido, aprendeu, nesse tempo todo, que não se pode colocar uma música da Billie Holiday de manhã porque Billie Holiday não combina com amanheceres. Nem Celia Cruz, que é muito alegre. Porque em casa decidi: a rumba é animada demais para o despertar de almas tristes. Billie Holiday fica bem nas madrugadas, e Celia Cruz nos entardeceres e ponto final!
Rodolfo ama Bach, adora filosofia e fez Ciências Sociais na USP, além de Administração de Empresas na FGV. Atualmente é doutorando da ECA/USP e está sendo orientado pelo Ferdinando Martins.
Eu conheci o Rodolfo 34 anos atrás e, como disse, embora a gente sempre estivesse junto em tudo, passamos muito tempo nos dividindo em mais de um endereço. Mas com o isolamento social, nos grudamos como goma mascada, 24 horas por dia, quase 365 dias sem um sair do lado do outro. E sabem o que aconteceu? Nenhuma briga, nenhum atrito, nenhum desentendimento.
Hoje, nós dois, somos a personificação do amor. E eu sou grato por este amor.
📸 Andre Stefano