Eu conheci o Edu no ano seguinte à minha chegada em São Paulo, em 1989. Começamos a trabalhar juntos neste período; e, em 1991, estreamos Saló, Salomé, o espetáculo que nos levou Europa afora. Desde este momento, já se reconhecia nele o ator extraordinário que se tornaria. E o companheiro incrível também. Vivemos histórias inacreditáveis; impublicáveis, inclusive, rs.
E então a juventude passou e reencontramos o Edu na Praça Roosevelt, logo no início dos anos 2000, quando retornamos a São Paulo. E voltamos a trabalhar juntos e mais histórias e muito, muito trabalho. Mas o que encontramos – nada surpreendente, porém – foi um atorzaço. E, sem exageros ou medo de errar, um dos maiores da nossa geração.
Fosse a vida justa, ou vivêssemos em algum lugar onde o artista tivesse reconhecimento justo, Edu teria ganhado todos os prêmios e viveria uma vida confortável. Porque o homem é de uma elegância em suas composições e de uma grandeza em suas atuações que seria injusto nomear apenas uma de suas criações.
Mas o lindo mesmo é estar ao seu lado no processo de trabalho. Edu é detalhista, disciplinado, exemplar. Também sem exagero, o profissional mais dedicado com quem trabalhei nestes 30 anos de profissão. Aprendo com ele todo dia, o tempo todo.
E na quinta-feira o nosso Edu chegou aos 60 anos. Após o ensaio, cantamos os parabéns e comemoramos juntos. E Edu estava emocionado. E eu fiquei emocionado. E todos, ali, ficaram emocionados. Eu, particularmente, por conhecer o Edu há tanto tempo e estar testemunhando o seu crescimento como ator, como homem de teatro. E perceber que nosso amigo, agora sexagenário, tem utilizado o tempo a seu favor. É um homem muito melhor do que 30 anos atrás; um ator excepcional, atualmente.
E sou orgulhoso por tê-lo como amigo e companheiro de cena. Obrigado, querido, por tantos anos e histórias e de luta. Você me inspira e eu amo você