Reality show que estreou na última segunda-feira, 25, sua 21ª primeira edição, o Big Brother Brasil ainda divide opiniões entre fãs e aqueles que detestam o programa que, em 2020, conseguiu recuperar sua popularidade e relevância frente ao mercado da televisão.
Para aqueles que preferem ficar longe da TV no momento em que a voz de Paulo Ricardo começa a cantar o tema de abertura, o Observatório do Teatro separou uma seleção de livros com dramaturgias que podem entreter aqueles que estão longe de serem fãs do programa. Confira abaixo:
1- Onze Selvagens – Pedro Granato
2- Marcha para Zenturo – Grace Passô
Principal nome da dramaturgia contemporânea brasileira, Grace Passô narra em Marcha para Zenturo o reencontro de amigos durante uma festa de Ano Novo, na qual lembranças e reflexões sobre como o tempo transcorreu moldam o encontro, enquanto refletem sobre quem foram, quem gostariam de ser e o que se tornaram ao longo dos anos.
3- À Beira do Abismo me Cresceram Asas – Maitê Proença
Uma das melhores peças escritas por Maitê Proença, À Beira do Abismo me Cresceram Asas é uma bonita comédia dramática sobre a vida de duas amigas idosas que vivem a espera da visita dos filhos e dos netos em um asilo.
4- Buraquinhos ou o vento é inimigo do picumã – Jhonny Salaberg
Celebrada como uma das principais obras da década passada, Buraquinhos é um tratado sobre o genocídio da população preta e periférica de São Paulo. Na obra, Jhonny Salaberg narra em primeira pessoa a saga de um garoto que, a pedido da mãe, vai à padaria e leva um enquadro de policiais que o perseguem por uma caça nos principais países da América Latina, na qual ele dá de cara com alguns dos arquétipos marginalizados da cultura brasileira.
5- Black Brecht: e se Brecht Fosse Negro? – Dione Carlos
Livremente inspirado na obra O Julgamento de Luculus, do alemão Bertolt Brecht (1898-1956), Black Brecht levanta questionamentos acerca de temas como a classe, a raça, o gênero e o legado colonial das construções sociais. O texto se divide em três tempos não lineares: o ‘tempo dos vivos’, o ‘tempo dos mortos’ e o ‘tempo dos não nascidos’.
6- O Eterno Retorno: Peça em um Ato – Samir Yazbeck
Um dos principais dramaturgos modernos brasileiros, o vencedor do Prêmio Shell Samir Yazbeck narra, em O Eterno Retorno as dúvidas existenciais de um ator dividido entre mergulhar em suas pesquisas sobre o poeta francês Charles-Pierre Baudelaire (1821-1867), aceitar um papel na TV ou excursionar pelo Brasil com uma peça que está há anos em cartaz, mas na qual já não acredita mais. Nesse meio tempo, enquanto busca ensaiar a obra que vem desenvolvendo sobre o francês, o ator traça diálogos com a memória do primeiro diretor, da mãe e tem discussões ríspidas com o produtor e a namorada enquanto se divide em uma crise existencial.
7- Vida e Obra de um Tipo à Toa – Mario Viana
Um dos principais nomes da dramaturgia brasileira, Mário Viana tem aqui uma coletânea com três de suas principais obras: Vestir o Pai, Um Chopes, Dois Pastel e uma Porção de Bobagem e Vida e Obra de um Tipo à Toa, nos quais flagra as curiosidades das opções de um homem urbano, os problemas de uma família em meio a um luto e os moralismos impressos nas decisões mais triviais.
8- 40 anos Esta Noite – Felipe Cabral
Comédia escrita por Felipe Cabral, 40 Anos Esta Noite foi celebrada como uma das principais peças de celebração LGBTQI+ nos últimos anos, ao enfocar dois casais homossexuais que se envolvem numa teia de mágoas ao participarem da festa de 40 anos da protagonista que quer que o amigo de longa data, já casado, seja o pai do filho que ela e a companheira têm tentado conceber sem sucesso por inseminação artificial.
9- A Vingança do Espelho: A História de Zezé Macedo – Flávio Marinho
A biografia vacilante de uma dos principais nomes da comédia brasileira, A Vingança do Espelho enfoca a vida e as criações de Zezé Macedo, considerada uma das mulheres mais feias do Brasil após uma série de cirurgias plásticas. O texto de Flávio Marinho enfoca não apenas a carreira da artista, mas também os arrependimentos e dores de sua vida.
10- Bruta Flor – Vitor de Oliveira e Carlos Fernando Barros
Outro texto de temática LGBTQIA+, Bruta Flor marca a parceria do roteirista e dramaturgo Vitor de Oliveira com o dramaturgo Carlos Fernando Barros numa história sobre dois amigos de colégio que se encontram depois de muitos anos e iniciam um caso tórrido enquanto um deles tenta lidar com as cobranças da esposa e da vida heteronormativa a qual construiu ao longo da vida.
11- Caros Ouvintes – Otávio Martins
Principal texto da obra de Otávio Martins, Caros Ouvintes é uma comédia dramática que narra os acontecimentos de uma rádio prestes a transmitir o último capítulo de sua radionovela no momento em que o Brasil faz a transição para as telenovelas e a televisão começa a se tornar um aparelho mais popular.
12- Mequetrefe Sorrateiro ou A História do Pote de Luz – Marcello Airoldi
Única obra infanto-juvenil da lista, Mequetrefe Sorrateiro, de Marcello Airoldi, narra as aventuras de um garoto e seu amigo, Seu Elias, que vão em busca da personagem-título após ele roubar as coisas que as pessoas mais gostam: a música, os doces, as cores, a capacidade de entender as palavras escritas e todas as histórias já contadas.
13- Mulheres Solteiras Procuram – Pitty Webo
Título mais popular da obra da carioca Pitty Webo, Mulheres Solteiras Procuram narra um apanhado de situações vividas pelas mulheres à busca de um relacionamento amoroso: desde o desespero de uma grande paixão até o encontro com sua paz interior dentro da solteirice.
14- Peças Sobre Morte: Vol. 1 – Dan Rosseto
Coletânea com os dois textos inaugurais da obra de Dan Rosseto, Manual para Dias Chuvosos e Antes de Tudo, Peças Sobre Morte: Vol. 1 flagra a relação do autor com a temática da morte e do masoquismo existencial.
15- Todos os Sonhos do Mundo – Ivam Cabral
Título mais recente do satyro Ivam Cabral, Todos os Sonhos do Mundo é uma espécie de autobiografia teatralizada no qual o ator, diretor e dramaturgo faz um inventário sobre a vida, as relações familiares, a depressão e o suicídio. A peça foi a primeira a migrar para o movimento do teatro online ao desbravar o universo das lives no instagram na primeira temporada virtual da história do teatro brasileiro.
16- Silêncio.Doc – Marcelo Varzea
Texto de estreia da obra dramatúrgica do ator e diretor Marcelo Várzea, Silêncio.Doc é um solo escrito com base nas dores e reminiscências de uma separação ainda não superada. Na obra, Varzea flagra a personagem num momento delicado e tóxico, no qual repassa os erros e supostos acertos de sua relação através de cartas nunca enviadas.
17- Simplesmente Clô – Bruno Cavalcanti
Inventário sobre a vida e a obra do estilista, apresentador e político brasileiro Clodovil Hernandes (1937-2009), a peça põe a personagem num tete a tete com a plateia sobre questões que nortearam suas realizações, além de trazer debates sobre temas como o sexo, o machismo, o moralismo e a sexualidade.
18- Três Mulheres Altas – Edward Albee
Obra responsável por devolver o prestígio e o sucesso popular à obra do norte americano Edward Albee (1928-2016), Três Mulheres Altas é a peça mais autobiográfica de sua obra, ao narrar o encontro de três mulheres: a milionária, senil e quase centenária Senhora A, a cuidadora de meia idade, B, e a jovem advogada C. As duas últimas ouvem as lembranças e reminiscências da idosa antes de adentrarem em suas principais lembranças sobre a vida e a relação turbulenta e conflituosa com seu filho.
19- O Estado Contra Gorge em Alcolu – Léo de Sá
Inédito no palco, o texto do dramaturgo e escritor Léo de Sá narra a tormenta de um escritor com a demanda de escrever uma peça de teatro sobre a cidade norte-americana de Alcolu. O escritor se vê na posição irrecuável de escrever sobre a história mais famosa sobre a cidade: a de que foi o primeiro lugar no mundo a aprovar a pena de morte para um adolescente afroamericano de 14 anos de idade, o jovem George Stinney, acusado de assasinar três garotas brancas. A confissão do jovem foi retirada, suspeita-se, a base da força policial.
20- Quem tem Medo de Virginia Woolf – Edward Albee
Segundo título da obra de Albee nesta lista, Quem tem Medo de Virginia Woolf não é só a obra mais famosa do dramaturgo norte americano, mas também uma das mais famosas da história da dramaturgia ocidental. No texto, Albee narra o encontro entre um casal de meia idade e um jovem casal que estabelecem jogos de terror psicológico e sexual, enquanto vivem o tormento de casamentos fracassados ou sem esperança num futuro.
Fonte: Observatório do Teatro