Vanessa Bumagny, paulistana, é cantora e compositora de música brasileira. Da boa safra que surgiu no final dos anos 1990 e que teve o início dos anos 2000 para plantar a solidez de uma carreira que, ao longo deste tempo todo, tem trazido para os nossos ouvidos, alma e coração o melhor da música produzida no mundo, hoje.
Além de uma intérprete com fôlego, com domínio vocal e controle de suporte, de tons diretos e cores vocais, é uma das presenças cênicas mais iluminadas que já vi cantando ao vivo. O palco para Vanessa, é sua casa.
Espera! A moça, ainda, é compositora. E das grandes, com parcerias com Zeca Baleiro, Chico César e Luiz Tatit, entre tantos.
Não tem exagero nenhum quando coloco o trabalho de Vanessa no hall dos grandes nomes do planeta.
Aconteceu em meados dos anos 2000. Na época em que enfrentávamos filas em banco, lá estava eu, quando meu celular tocou.
Era um amigo, diretamente de Paris, do aeroporto Charles de Gaulle, onde havia parado para uma conexão para Berlim.
— Você não pode imaginar quem estou ouvindo aqui, nos autofalantes do aeroporto, neste exato momento.
— Nem imagino, respondi.
— Vanessa Bumagny!
E foi assim que soubemos, com alegria, que Vanessa Bumagny estava tocando na França.
Depois de uns anos, talvez em 2014, eu passava férias em Nova York e fui comer no Cafe Mogador, em Williamsburg, no Brooklin, um restaurante delicioso, cozinha marroquina, com mesinhas na calçada e ambiente hipster. Mal nos acomodamos em nossa mesa, para minha surpresa, eu começo a ouvir uma voz familiar cantando:
Tá começando,
eu posso ver as cortinas abrindo aos poucos…
E foi lindo porque, desta vez, eu fui testemunha de que Vanessa havia, enfim, ganhado o mundo. E, ouvi com meus próprios ouvidos, ninguém me contou, o CD “De Papel” tocar inteirinho enquanto comíamos no Mogador.
