O Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas – chega a sua 7ª edição. Realizado bienalmente pelo Sesc São Paulo, o festival leva para o Sesc Santos e outros locais da região da baixada santista a diversidade da produção cênica contemporânea de países da América Latina, da Espanha e de Portugal. Ao todo, 33 espetáculos de 10 países integram a programação deste ano, que tem o Peru como país homenageado.
Em diálogo com os espetáculos que integram sua programação, o Mirada reúne uma série de atividades que buscam fomentar o pensamento crítico por meio de ações voltadas à troca de conhecimento e à reflexão.
Na edição 2024, que acontece de 5 a 15 de setembro, as Atividades Formativas foram concebidas pelos curadores convidados Márcio Abreu e Cristina Moura, junto à equipe do Sesc, e trazem sete conjuntos programáticos, guiados pela ideia de encontro e pelo desenho curatorial do festival.
A programação traz aulas abertas com artistas como Tânia Farias, Cristian Duarte e Cristina Velarde, além de laboratórios e oficinas com nomes como Edgard Kanaykõ Xakriabá, Idylla Silmarovi, Ricardo Aleixo, Onisajé e Lucelia Sergio. Há, ainda, rodas de conversas realizadas pela jornalista Adriana Couto com duplas de artistas e pensadores convidados, alguns dos quais apresentam espetáculos no Mirada, como os peruanos Miguel Rubio Zapata e Marisol Palacios.
Também integram as atividades o lançamento do livro Os Satyros: Teatricidades – Experimentalismo, Arte e Política, acompanhado de conversa com o diretor Ivam Cabral e Marcio Aquiles, organizador da publicação, e a abertura de processo do espetáculo Estratagemas Desesperados. Idealizado por Amanda Lyra, o trabalho é baseado em escritoras latino-americanas que exploram o horror e a violência em narrativas nas quais a mulher é o sujeito da ação.
As atividades têm o intuito de transbordar a experiência das artes cênicas para outros públicos e territórios da cidade, expandir a fruição e incentivar a participação de grupos sociais diversos, sempre em convivência com artistas, pensadores e fazedores de múltiplas linguagens.
Há, também, na área de convivência do Sesc Santos, a instalação Florestania. Criada pela artista Eliana Monteiro, a obra sinestésica convida o público a deitar-se em redes, feitas por mulheres indígenas da Amazônia, para ouvir sons da floresta e romper com a lógica urbana. O trabalho, cuja primeira versão foi apresentada na 15ª Quadrienal de Praga, baseia-se no conceito de “florestania” cunhado pelo cronista Antônio Alves.
Por fim, a música peruana ganha destaque no Ponto de Encontro, agenda noturna de fruição artística do festival, pensada para celebrar a diversidade e convidar à troca de ideias. Há apresentações como Ayacán, show performativo do peruano Pável Paniagua, MedioAmor/MedioMiedo, mescla de espetáculo teatral e musical do cantor e compositor trans Eme, e o show do grupo Los Mirlos, considerado um dos precursores da cúmbia amazônica, quefunde os sons tradicionais do gênero a elementos da música psicodélica.
Confira a programação completa do Mirada em sescsp.org.br/mirada e nas redes sociais do Sesc Santos e do Sesc São Paulo.
Fonte: Santa Portal