Pensando na geração dos 1960/70, quando a questão da liberdade de expressão era defendida com unhas, dentes e sangue. E de como era nobre a luta pelos direitos humanos.
Hoje, vivemos a banalidade de nossas próprias condições. Simulacros de nossas vidas banais.
Em meio a tantas questões, acabo de assitir “Guerreiro”, o espetáculo da Escola Picolino de Artes do Circo, que está sendo apresentado, aqui em Salvador, no Teatro Castro Alves.
Estou emocinado. É a primeira vez que vejo um trabalho deste importante centro de resistência, fundado por Anselmo Serrat e minha adorável Verônica Tamaoki.
“Guerreiro” é uma homenagem a Glauber Rocha e sua obra, com criação, roteiro e direção de Serrat. Logo nos primeiros minutos, ouço:
“A censura a uma obra de arte, em qualquer tempo, é uma barbárie.”
É claro que ouvir isso neste momento tem um significado especial. O espetáculo segue e tudo nesta noite é pura magia. O pessoal do Picolino não está ali para brincadeira.
Lá pelas tantas, mais um momento que me arrebata:
“A arte é como o amor, não vinga sem liberdade.”
Então eu resolvo caminhar pela cidade. E a Bahia nunca fez tanto sentido em minha vida.
Na verdade e imaginação
Abra bem os seus olhos
Pra enxergar com atenção
É coisa de Deus e Diabo
Sérgio Ricardo, paulista só por acaso…