A CONSTRUÇÃO DO AMOR | Eu sou o outro

Costumo chamá-lo de Sorriso, mas têm os que o chamam de Risadinha. Não sei dizer ao certo quanto tempo faz que nos conhecemos. 

Até sexta-feira ele estava em casa. Depois sumiu. No sábado, encontrei com ele de manhã passeando com uma moça bonita e ele fez de conta que não me viu. Daí desapareceu.

Ontem à noite, por volta das 22h, reapareceu aqui em casa, exatamente na hora do jantar, como se nada tivesse acontecido. Jantamos na sala, assistindo televisão e, claro, ele não se fez de rogado e comeu com a gente.

Quando fomos dormir é que percebi que ele não tinha ido embora. Estava dormindo, lânguido, no quarto de hóspedes.

Ah, a vida… A gente dá amor, carinho, comida e até pouso pra esse ingrato trocar a gente pela primeira moça bonita que aparece. É muito triste ser o outro na vida de alguém, 😜

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
Post criado 1725

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts Relacionados

Comece a digitar sua pesquisa acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione ESC para cancelar.

De volta ao topo