Revi, nesta madrugada, um dos filmes mais lindos da minha vida: “Splendor in the Grass” (1961), do mestre Elia Kazan.
O roteiro, que tem como inspiração o poema homônimo de Wordsworth (1770-1850), é aterrador; e o trabalho de Natalie Wood, que fez o filme aos 20 anos (!), é inacreditavelmente deslumbrante.
Impressiona, no entanto – e se pensarmos que a obra foi realizada no início dos anos 1960, localizado no final dos 1920 -, a temática do filme: sexo na adolescência.
Pelo andar da carruagem, estou certo de que, hoje, este filme não seria produzido. Na arte – não apenas no cinema -, vivemos, há muito, um retrocesso temático.
Aqui, um trecho do poema de Wordsworth, com tradução de Catarina Belo, e a cena final do filme.
Esplendor na Relva
Apesar de a luminosidade
outrora tão brilhante
Estar agora para sempre afastada do meu olhar,
Ainda que nada possa devolver o momento
Do esplendor na relva,
da glória na flor,
Não nos lamentaremos, inspirados
no que fica para trás;
Na empatia primordial
que tendo sido sempre será;
Nos suaves pensamentos que nascem
do sofrimento humano;
Na fé que supera a morte,
Nos tempos que anunciam o espírito filosófico
Nada pode apagar um momento de esplendor na relva, Glória de uma flor, mas ainda que se si tás solitária, tente sempre procurar alento nas lembranças que ficaram para trás.
Assim me lembro e nunca esqueço este poema dublado em português no filme “Esplendor na relva” que passou na rede Globo a mais de 45 anos atrás.
Lindíssimo…..meus olhos se enchem de lágrimas…..nada voltará atrás……
“De repente sumiu a luz Nada trará de volta o o momento de g´ria da relva , da flor…. mas , lamentar não vamos , mas sim encontrar forças , no que permaneceu … W. Wordsworth “
Conheci esse poema através do filme. E decorei uma passagem do poema.
Costumo usar a comparação de que o passado não volta, mas podemos usar a lembrança dele.