Um ano atrás e já estávamos nos movimentando. Por uma razão: nos apropriamos da ciência e acreditamos nela. Sabíamos, desde o início, que o tempo seria de muita luta. Nesse momento aí, tudo dizia não. Não tínhamos dinheiro e sequer perspectivas. Foi nessa insegurança toda que iniciamos nosso trajeto na internet e criamos o Espaço Digital dos Satyros.
Bem importante: nesse momento não havia temporadas de teatro ao vivo na internet. Nem apresentações musicais, nada. Não existe outra Teresa Cristina no mundo inteirinho até hoje. Como não existe outra Companhia de Teatro Os Satyros.
E tudo continuou sendo vencido com todos os nãos possíveis, vindos de lugares tão inusitados, e que nos causaram muita surpresa. De repente estávamos no meio de uma batalha inócua. A primeira, travada pelos nossos pares – o pessoal da classe, quem diria! – que, inicialmente, fez de tudo para inviabilizar o que estava acontecendo conosco naquele momento. Depois, a batalha com os críticos e com as premiações de teatro que insistiam em dizer que o teatro digital não era teatro. O silêncio do Prêmio Shell para o que se sucedeu no ano de 2020 no teatro é das coisas mais tristes que vimos acontecer. Todos foram soltando as nossas mãos como se o problema não fosse de todos. Triste, muito triste.
Mas o nosso nome no Satyros é obstinação. Sempre foi. E tudo o que aconteceu a partir de todas essas negativas é a história que vai contar.
Por aqui, agradeço todos os dias pela saúde do nosso coletivo. Somos muitos, muitos mesmo! Mais de 50 artistas que se recusaram a cruzar seus braços e partiram pra cima. Com todos os medos e dores que circundaram os nossos caminhos. Mas com esperança no futuro e olho na ciência.