Baseado na ideia de humanidade expandida, em que corpos e tecnologia são uma extensão,o espetáculo Cabaret Stravaganza, da Cia. Os Satyros, faz sua estreia dia 20 de outubro, no Espaço Satyros Um, na Praça Roosevelt. Com direção de Rodolfo García Vázquez e 12 atores em cena, o texto de Maria Shu discute a relação do homem com a revolução tecnológica e suas implicações sobre a vida contemporânea, partindo das influências das stravaganzzas vitorianas, das performances dadaístas do Cabaret Voltaire e dos cabarés alemães dos anos 20 e 30.
Durante o trabalho de pesquisa, também foram estudadas as revoluções digitais e as recentes descobertas da neurociência, como as de Antonio Damásio e Miguel Nicolelis. Para compor a dramaturgia, foram usados relatos pessoais, vivências e aparatos tecnológicos que propõem a conexão entre o real e o digital.
No palco, a peça utiliza recursos de multimídia, internet e telefonia, numa sequência de cenas e intervenções performativas. Elementos do burlesco, da pantomima, da revista e do show de variedades estão presentes na montagem.
Os atores criam cenas sem personagens, trabalhando com caráter performativo, baseados em suas próprias experiências pessoais. Eventualmente, surgem figuras surreais em cena, num delírio onírico contínuo.
A encenação é exuberante em imagens, com interferências visuais e rápidas passagens de cenas, provocando visual e sonoramente o espectador a viver uma experiência de cabaré dadaísta do século XXI.
Os figurinos, criados por Daise Neves, buscam inspiração em elementos ciborgue, aliados a imagem dos clowns, de toques de teatro de revista e burlesco, em mais de uma centena de peças de vestuário e acessórios.
Fonte: Culture-se, novembro de 2011