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Uma viagem. Cerca de 10 dias. Tanta coisa boa pra contar. Viajamos, pelo intercâmbio da SP Escola de Teatro com a Universidade de Teatro e Cinema de Estocolmo (conhecida pela sigla SADA), eu, Rodolfo García Vázquez, Joaquim Gama e Dani Biancardi. Momento de aprofundamento e maturação da parceria entre as duas instituições.
Rodolfo, Joaquim e eu nos reunimos com as coordenações da SADA e acertamos que até junho do ano que vem mandaremos para Estocolmo dois aprendizes nossos e dois formadores; receberemos, em contrapartida, dois aprendizes e dois professores suecos. Os aprendizes ficarão durante três meses na instituição hóspede e os formadores, 21 dias, aprofundando a troca de saberes.
Também ficou acordado que, a partir do ano que vem, a Real Academia de Estocolmo, responsável pelo curso de Atuação da SADA e a SP Escola de Teatro utilizarão o mesmo Eixo Temático, Operador e Material de Trabalho para o desenvolvimento de seus projetos pedagógicos.
Quem nos ajudará nessa empreitada é Suzanne Osten, diretora artística do Unga Klara Theatre (uma divisão do Teatro Municipal de Estocolmo) e um dos nomes mais importantes da cena sueca. Suzanne será a supervisora pedagógica de ambas as escolas por um semestre.
Eu e Rodolfo já retornamos ao Brasil, porém Joaquim e Dani ainda estão por lá, dando aulas e conhecendo melhor o trabalho deles. E, importante frisar, todos estes custos foram bancados pela Suécia, através de um programa de intercâmbio financiado pela fundação Linnius Palme.
![2suzanne](https://terrasdecabral.com.br/wp-content/uploads/2suzanne.png)
Durante nossa estada na Suécia, participamos, eu, Rodolfo e Suzanne Osten de uma mesa, no Teatro Unga Klara, um dos espaços mais representativos do teatro sueco. Nesta conferência, o tema foi “Teatro e Sociedade” e discutimos o poder transformador da arte, a partir da experiência do Satyros na Roosevelt e da construção do projeto da SP Escola de Teatro.
Depois, fomos a Helsinque, na Finlândia, numa iniciativa própria (eu, Rodolfo e Joaquim pagamos as passagens e estadias na Finlândia) para uma reunião de prospecção com a Universidade de Artes de Helsinque, onde nos reunimos com a reitora, Paula Tuovinen, e a chefe de departamento de relações internacionais, Jonna Sundberg.
A empreitada foi mais bem sucedida do que poderíamos imaginar num primeiro momento. Fechamos mais uma parceria. A partir do próximo semestre, portanto, receberemos na nossa Escola professores da Universidade de Artes de Helsinque. E, o melhor, novamente, sem nenhum ônus para a SP Escola de Teatro.
O mais interessante desta história, porém, é que tudo começou pelos Satyros. Esta viagem à Suécia surgiu primeiro a partir de um convite para que o espetáculo “Cabaret Stravaganza”, em que atuo, fosse apresentado no Unga Klara. Assim, aproveitando a oportunidade – e, unindo o útil ao agradável – a SP Escola de Teatro organizou sua intervenção pedagógica na SADA para o mesmo período.
A experiência como um todo foi maravilhosa. E se a SP Escola de Teatro firmou parcerias incríveis, Os Satyros também voltam revigorados. Nossa peça foi um sucesso enorme, com casa lotada de terça a sábado, cinco críticas nos grandes jornais de lá (o que é muita coisa se considerarmos que foi uma temporada relâmpago); além de matérias nas duas principais redes de TV suecas. Uma das críticas dizia: “soltem seus cintos de segurança e joguem-se nos Satyros”.
Para coroar nossa estada na Finlândia, de repente, ao final da reunião com a reitora, sou abordado de maneira efusiva por uma mulher, funcionária da Universidade. Vem em minha direção com a mão estendida, num sorriso largo:
– Are you the actor from Cabaret Stravaganza?
Levo um susto e demoro um pouco pra entender o que está acontecendo. A moça percebe meu o constrangimento.
–I saw it in Stockholm. It was great!
É quando cai a ficha. A moça, na verdade secretária de Paula, a reitora, havia assistido ao nosso “Cabaret Stravaganza”, em Estocolmo. Explica que estava na Suécia, queria ver alguma peça de teatro e encontrou, num guia de programação, o nosso espetáculo. Foi pensando que veria um cabaré tipicamente brasileiro e se surpreendeu.
– So much technology, so modern. I have never seen anything like that before.
Não é inacreditável?
Mas as conexões internacionais não pararam por aí. Então, ontem, eu leio no Facebook o pronunciamento do presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Alemida Fonseca, sobre o Dia Mundial do Teatro. Fico emocionado e me atrevo a escrever-lhe, parabenizando-o pelo gesto, afinal, nao é todos os dias que um presidente homenageia o teatro.
Qual não foi a minha surpresa que ele me respondeu. O próprio. Fiquei tocado e com uma esperança enorme na humanidade.
Sim, vai dar muito trabalho, eu sei, mas não vou desistir de tentar transformar o mundo.
:-)Fico muito orgulhosa com tudo e todos, lutadores da transformação humana, crentes da vida próspera. Sempre grata, por compartilhar bons momentos de sabedoria universico.bj
Ivam! Fico muito feliz em te ver empolgado com tantas parcerias e poder compartilhar um pouco deste sonho, depois de anos da primeira oficina nos Satyros, também na SP Escola de Teatro. Parabéns por tudo! Um grande beijo e nos encontramos em breve.
Ivam, tenho muito orgulho de fazer parte deste projeto. Um mundo novo se abriu pra mim. Obrigada querido! por tudo! O seu projeto é o meu projeto! Parabéns! bjs