Há alguns meses, durante a abertura do colóquio “O que é pedagogia do teatro?”, aqui na SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, recorri à história de uma ponte que meu pai, pedreiro, construiu na cidade de Ribeirão Claro, no Paraná, onde nasci e cresci, para discorrer sobre o tema em debate na ocasião.
Ao contrário de muita gente que prefere deixar suas origens ocultas, eu gosto de olhar para trás, para o passado, para o cerne da minha existência. Acredito que aquilo que somos hoje é fruto direto e indissociável do que fomos, seja para melhor ou para pior.
Assim, nesta semana, foi com muito entusiasmo que abracei uma ideia originada aqui na Escola: a de formar comitês reunindo aprendizes atuais e egressos. Com os primeiros, queremos discutir, a partir de um encontro marcado para 2 de setembro, às 14h30, na Sede Roosevelt, os rumos que a nossa Escola tomou desde sua fundação até agora e, para além deles, debater qual o futuro queremos para ela. Será que precisamos de novos cursos, novos métodos, novas pesquisas? Os aprendizes que saírem dela daqui a dez anos estarão preparados para o mundo lá fora? Como será este lugar? Enfim, qual a cor e o tamanho dos sonhos dos que estudam aqui hoje?
A ideia é traçar um plano com os caminhos apontados e mais: fazer uma carta que será dirigida aos aprendizes da Escola que estiverem por aqui dentro de uma década. Ela será produzida pelos atuais aprendizes e o conteúdo será de conhecimento exclusivo deles. Depois de pronta, ela vai ser lacrada e guardada, no chão, sob cimento, ou em um buraco protegido por vidro, em uma parede. Ficará ali até a época de sua revelação, em 2023, numa espécie de cápsula do tempo.
Já com os aprendizes egressos, que estão convidados a visitar a Sede Roosevelt nesta quarta-feira (14), às 11h30, a ideia é reviver seus laços com a nossa Escola. Assim, todos aqueles que concluíram os quatro módulos de um dos nossos oito cursos regulares estão convocados para conhecer iniciativas como um escambo inédito de objetos e peças de figurinos e cenários para produções teatrais, além da criação de um banco de oportunidades de emprego. Esperamos que nossos antigos parceiros encontrem o caminho de volta para casa…
Há uma semana, escrevi uma frase na qual acredito com toda convicção: “Sozinho não sou nada; mas com um sonho, sou um exército”. E se mais “soldados” acreditarem neste sonho, aí, nem se fala… Podemos mudar o mundo!