Cia Os Satyros ganha dois prêmios nos EUA por peças digitais produzidas na pandemia

No último domingo, 20 de março, a Cia. de Teatro Os Satyros, fundada por Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro, e Rodolfo García Vázquez, coordenador de direção da instituição, venceu duas categorias nas quais concorreu no Young-Howze Theatre Awards. A cerimônia aconteceu em Los Angeles (California), nos Estados Unidos, e foi transmitida na íntegra pelo Youtube e está disponível para o público. Vázquez participou do evento via transmissão digital, e agradeceu os dois prêmios conquistados. A companhia competiu em 3 categorias.

A premiação estadunidense elegeu Roberto Francisco, ator falecido em 2021, a Melhor Ator do Ano pela peça A Love Song; e Toshanisha – The New Normals, a produção que Satyros realizou em parceria com a Bold Theatre de Nairóbi, no Quênia, venceu na categoria melhor colaboração mundial.

O prêmio Young-Howze Theatre Awards é uma idealização do dramaturgo norte-americano Rciky Young-Howze e da roteirista Dana Young-Howze, sua esposa e sócia, a da plataforma cultural R&D Young-Howze. Ele foi concebido justamente para celebrar essa nova forma de teatro que ascendeu com a pandemia: o teatro digital. O casal comenta que o desejo que realizar tal comemoração nasceu da vontade e necessidade de eternizar os inúmeros trabalhos maravilhosos realizados durante esse difícil período de distanciamento social.

Confira um pouco sobre os espetáculos vencedores:

A Love Song (Uma Canção de Amor)

Com direção geral de Rodolfo García Vázquez e Gustavo Ferreira, dramaturgia por Henrique Mello e Roberto Francisco, que também protagonizaram o espetáculo, A Love Song (Uma Canção de Amor) teve como inspiração e fonte de pesquisa o teatro do dramaturgo Jean Genet. Inspirada nas obras do escritor francês, a peça narra um romance entre dois presidiários, um homem de meia -idade e um senhor de 80 anos, que criam relações e desvendam a vida e o amor através da cela que os separam. Uma ode poético-erótica através do olhar de Jean Genet, onde dois condenados, cada um em sua cela, divagam em sonhos lascivos criando a imagem do outro, alimentando seus gozos e mais íntimos fantasmas.

Toshanisha – The New Normals

A produção é fruto de uma parceria especial que uniu o teatro sul-americano com o africano. A peça, que é digital e foi adaptada do texto Novos Normais, original do Satyros, acompanha sete quenianos, espalhados por diversas regiões; um congolês, que vive em um campo de refugiados no Quênia; e uma brasileira, direto de São Paulo. Fez parte da construção narrativa do espetáculo a reflexão acerca de questionados advindos com a pandemia de COVID-19 e os desafios que o novo formato de realidade impostos por essa nova ordem mundial instaura, como ‘Eu sou quem realmente pensei que era? ’ e ‘Como faço para continuar ‘sendo’, no momento em que todos foram forçados a viver sob uma perspectiva diferente?’.

 

Fonte: SP ESCOLA DE TEATRO

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