por Maria Caú
O Cine Encontro desta quarta-feira, 3 de outubro, começou com a conversa sobre os documentário Satyrianas – 78 horas em 78 minutos, de Fausto Noro, Otávio Pacheco e Daniel Gaggini. O mediador, o crítico de cinema Daniel Schenker, abriu o debate falando um pouco sobre a força do teatro de São Paulo, abordando em especial a trajetória do grupo Os Satyros, cujo festival anual, Satyrianas apresenta espetáculos ininterruptamente durante 78 horas. Este é o tema do documentário em questão..
O diretor Daniel Gaggini falou sobre sua ligação com o grupo Os Satyros, do qual fez parte como ator na época da adolescência. Ressaltou ainda a efervescência criativa desses artistas, que são muito ativos, conseguindo, com uma linguagem própria – bastante visual e polêmica – adaptar clássicos para a contemporaneidade. Fausto Noro, também diretor do longa, sublinhou a importância do festival Satyrianas, afirmando que o evento merece se tornar mais conhecido.
Ambos os diretores falaram sobre o desejo de criar uma narrativa que borrasse os limites entre ficção e documentário. Gaggini explicou que a ideia era utilizar a ficção como um colorido para o documentário, não deixando de explorar de forma documental a importância do grupo, que impulsionou a revitalização da praça Roosevelt, em São Paulo. O cineasta lembrou ainda que a obra foi filmada em 78 horas em 2010, tendo um tempo de produção e finalização muito curto para um longa-metragem de baixo orçamento. O diretor ressaltou também a vontade de se apropriar do imprevisível nesta obra. “O acaso foi muito interessante pra gente e quisemos trabalhar com ele”, disse Gaggini.
Os diretores se mostraram bastante felizes com a participação no Festival do Rio e convidaram o público para comparecer às sessões e expor suas impressões sobre a obra.
Fonte: www.festivaldorio.com.br, 3 de outubro de 2012