O interessante mesmo de ficar mais velho (ou mais experiente, rs) é que você, independente de querer ou não, será reconhecido como tal.
Me lembro bem de quando cheguei aos 30 anos e comecei a ser chamado de tio aqui, tio ali. Confesso que não me surpreendi e nem achei estranho.
Mas quando cheguei aos 40, lembro bem de uma vez em que estava com o Germano Pereira, que na época tinha vinte e pouquinhos anos. Fui acompanhá-lo em uma agência de atores e a atendente me perguntou se eu era o pai dele. Desta vez eu fiquei bem confuso.
Recentemente eu estava numa loja com o Felipe, filho da Cibele, minha secretária, e a vendedora quis saber se o pequenino era meu neto. Como atualmente eu estou muito bem com a minha idade, a questão da vendedora me deixou até feliz. Sério. Comecei a sonhar o quanto seria lindo ter um neto nessa altura da minha vida. Acho que o avançar no tempo te deixa mais perto da poesia.
Então, pra ratificar a questão do tempo em minha vida, o curioso é que ultimamente eu tenho recebido várias homenagens. E tudo vira poesia, creiam.
Em 2017, tanto o Prêmio APCA quanto o Aplauso Brasil, me concederam prêmios especiais pela minha trajetória. No Aplauso Brasil eu figurei ao lado de Ruth de Souza, Renato Borghi e Etty Frazer. Vejam só que luxo!
No ano passado, o vereador Celso Giannazi me concedeu o Título de Cidadão Paulistano e o grupo Caixa Preta de Teatro, de Registro, interior do estado, batizou com meu nome a sala de espetáculos da trupe.
Agora recebo essa notícia, tão inusitada quanto surpreendente: um bloco de carnaval, o Bloco da Mamma, concede a mim e ao Rodolfo García Vázquez a honraria de sermos padrinhos da agremiação.
Por isso, aconselho que envelheçam. O tempo pode, sim, ser um bom amigo e trazer esperança pra vida da gente.