Nasci em Ribeirão Claro, interior do Paraná, e já morei em vários lugares. Fora do Brasil, inclusive. Mas São Paulo foi a cidade que escolhi. Hoje, não viveria em nenhum outro lugar. E desde sempre, vivo na região central da cidade. Sou morador da Augusta. Meu prédio é um dos primeiros da rua.
Uma das coisas que mais amo nesta cidade é pedalar por suas ruas. Em duas ocasiões: quando anoitece, ali pelas 19h, ou na madrugada. As ruas da Praça da Sé, do Viaduto Santa Efigênia, do Largo São Francisco, à noitinha, são pura poesia.
Ainda de bike, também adoro cruzar o Michocão, da Praça Roosevelt em direção ao Parque da Água Branca.
Outro passeio que me encanta é andar a pé pela cidade. Então, caminhar pela região do Bom Retiro, do Parque da Luz, dos Campos Elíseos é das experiências mais prazerosas que São Paulo pode oferecer. Ultimamente tenho descortinado o Brás e o Pari.
Tem um segredo, porém. O caminhar por estes lugares, merece um olhar para o alto. E deve ser apreciado sem pressa.
Experimente pegar a Barão de Itapetininga, ali ao pé da Praça da República, e seguir em direção ao Largo do Arouche; depois, vire à direita na Avenida São João em direção ao Anhangabaú. Mas não se esqueça de caminhar com os olhos voltados para o alto. Só assim você vai conseguir encontrar uma arquitetura de tirar o fôlego.
Nos últimos anos, no entanto, tenho traído o centro da cidade. Faz um tempo que me divido entre dois endereços: a Augusta e uma casinha em Parelheiros, extremo zona sul. Uma linda casinha no meio do mato, à beira da Represa Guarapiranga, onde compartilho meus dias com tucanos, esquilos, macacos e até veados, pasmem!
Costumo dizer que tenho um paraíso particular. E lá, em Parelheiros, tenho descoberto mundos incríveis e inimagináveis.
Sim, uma das maiores cidades do mundo, a poderosa capital do Estado de São Paulo, é caipira também, vejam só. E não só no sotaque, não. Capiria em sua melhor tradição.
Se você duvida, experimemnte almoçar no Chuleta na Pedra, ao lado da Igreja Nossa Senhora de Santa Cruz, no centro de Parelheiros. Ou se banhar em uma das dezenas de cachoeiras espalhadas pelo bairro.
Se você ainda não se convenceu, sugiro que faça uma visita à reserva indígena do cacique Timóteo. E então você vai ver como Parelheiros é surpreendente e São Paulo, de fato, cosmopolita. E na maior acepção da palavra.